26 Out 2009 @ 12:16 PM 

Manuel CastellsUm pensamento que reúne as ideias expressas nos três últimos postais. Ao ser perguntado por um jornalista sobre se a sociedade atual tem medo do novo, Manuel Castells respondeu o seguinte:

“Exatamente. Mas medo de quem?A velha sociedade da nova, os pais de seus filhos, as pessoas que têm o poder ancorado em um mundo tecnológico, social e culturalmente antigo, em relação ao que lhes vem por cima, que não entendem nem controlam e que percebem como um perigo, que no fundo é. Porque a Internet é um instrumento de liberdade e de autonomia, quando o poder sempre se baseou no controle das pessoas, através da informação e da comunicação. Mas isso está acabando, porque a Internet não pode ser controlada.”

Posted By: Edgard Costa
Last Edit: 26 Out 2009 @ 09:52 PM

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Categories: Pensando alto
 26 Out 2009 @ 11:00 AM 

ReligiãoDo rápido e superficial, como não poderia deixar de ser pelo formato do programa, debate entre José Saramago e o padre Carreira das Neves ainda sobre as palavras do autor relativas a Bíblia, dentro e fora do livro Caim, somente posso concluir a mesma coisa que sempre concluo quando vejo estas discussões ou quando da Bíblia me aproximo: afinal o que está escrito lá na Bíblia não é verdade, como alguns já sugeriram no passado. O que lá está escrito são metáforas, como as que são feitas por qualquer escritor e de forma sublime pelo próprio Saramago, que devem ser compreendidas a luz de um contexto específico e não conforme o que lá está escrito a letra.

Pois bem, é aí que mora o grande problema das religiões descendentes da Bíblia. Acontece que os contextos são formados de acordo com o que se quer afirmar dentro de algum momento histórico. O contexto de Lutero ou de Henrique VIII é completamente diferente do contexto dos bispos da igreja ortodoxa. O contexto dos católicos é muito diferente do contexto dos judeus e dos muçulmanos. O contexto dos evangélicos é completamente diferente do contexto dos espíritas. Sobre as mesmas palavras são propostas interpretações das mais diversas, com argumentos bem fundamentados e eloquentes, porém contraditórios.

Isto só me leva a crer que, para além do que é dito por todos, o que lá está escrito não é necessariamente a verdade, e com uma amalgama tão incoerente de interpretações, acredito que aquelas palavras, desde o primeiro momento em que foram escritas até a Idade Média, quando foram adaptadas por um pequeno grupo de humanos cultos a realidade de uma Europa em formação, servem tão somente a conveniência daqueles que dela tiram “verdades” geradoras de algum tipo de poder. Seja ele financeiro, político e até mesmo belicoso, militar, policial.

Mais uma vez eu concluo que o que está lá escrito foi escrito, como não poderia deixar de ser, por humanos que racionalizaram problemas humanos e criaram deuses a sua semelhança e não o contrário. As propriedades humanas do deus de Israel são meramente um reflexos de nossa personalidade coletiva impressas em muitas formas de esperança. É a nossa conveniente esperança de que a vida não seja só isto, nascer, crescer, reproduzir e morrer, que nos faz imaginar muito mais do que as coisas são na realidade. É a nossa enorme capacidade de imaginação e abstração que nos leva a crer em deuses e palavras sagradas. É a nossa fragilidade diante da vida que nos faz querer sermos imortais ao lado de um deus humano, que nos garantiria uma vida eterna num paraíso cada vez mais distante. Somos nós e nossos sonhos, tão somente.

Milhões de pessoas acreditam nesses deuses e precisam nele acreditar para se manterem ativas e seguirem em frente. A estas pessoas deveremos dedicar todo o nosso respeito por serem pessoas como nós. O que faz de qualquer ofensa a religião deles um disparate.

Porém, ao mesmo tempo, é necessário que vejamos esta questão com pragmatismo e deixemos de ensinar as gerações futuras este tipo de crendices, pois elas aprisionam o ser humano numa visão simplista e por demais otimista da vida. Fazem acreditar que as pessoas podem passar pelas piores privações e sofrimentos na vida, pois depois da morte serão recompensadas por um deus humano redentor. E isto proporciona que alguns, normalmente que não acreditam nessas crendices, tirem proveito da ignorância dos crentes afim de auferirem benefícios políticos ou lucros financeiros. É conveniente que as pessoas aceitem o sofrimento, já Constantino sabia disso, pois assim elas incomodam pouco aos poderosos, que incentivam e promovem o sofrimento de muitos para benefícios privados. Os que aceitam o sofrimento não se rebelam.

A abolição da propagação das religiões é condição básica para a criação e estabelecimento no indivíduo, do espírito crítico necessário ao exercício da liberdade.

Quando é que veremos um debate mais alargado sobre a função social da religião, seus prós e contra, com visões isentas de preconceitos e artificialidades?

Posted By: Edgard Costa
Last Edit: 26 Out 2009 @ 11:21 AM

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