Edgard Costa.eu

Brasileiro, residente em Portugal há 22 anos, sou formado em História e, por autodidatismo, programador profissional de computadores.

Estudioso por natureza, sempre procurei conhecer com  profundidade todos os assuntos nos quais me interessava: primeiramente as artes em geral, nomeadamente a Música, a Literatura, o Cinema e, sobretudo, o Teatro, que comecei a estudar, em idas constantes a bibliotecas, ainda aos 12 anos de idade. Pus-me a escrever o primeiro romance aos 9 anos, mas não o cheguei a terminar. Acreditava que me faltavam os conhecimentos necessários.

Aos 14 já escrevia peças de Teatro. Aos 16 já como profissional, fiz minha inscrição na SBAT. Utilizava o nome de Edgard Carlos, mas eles fizeram o registo como Edgar Carlos. A decisão de ir fazer o curso de História foi motivada com a necessidade que tinha de adquirir conhecimento para escrever.

Com cerca de 18 anos, já na faculdade de História, passava todos os meus dias entre a UERJ (na foto em primeiro plano, os enormes prédios e o campus da universidade. Por trás o mítico Maracanã, onde já fui centenas de vezes) e a Biblioteca Nacional na Cinelândia onde ficava até às 20:00, quando fechava. Mais de uma vez fui mandado sair pelos mesmos funcionários que me cumprimentavam a entrada.

Nas manhãs de sábados, ia cedo para a Cinelândia, afim de assistir a apresentações gratuitas da Orquestra Sinfónica Brasileira, no Teatro Municipal em frente a Biblioteca (na imagem do link vemos o teatro das escadas da biblioteca numa foto do Rio do final do século XIX ou princípio do XX), onde depois ficava até fechar, por volta das 3 da tarde.

Uma vez por semana percorria todos os sebos (alfarrábios) do centro do Rio. Uma vez por mês pegava um ónibus a meia-noite de sexta-feira, na rodoviária do Rio em direção a São Paulo onde chegava 6 horas depois, afim de percorrer os sebos daquela cidade na manhã de sábado. Voltava no ónibus das 14/15 horas lendo, feliz da vida, as minha novas aquisições. Cheguei a formar uma considerável biblioteca de cerca de 2.000 volumes dos quais hoje tenho apenas uns 500.

Ocasionalmente, e para estudar assuntos específicos, passava meu dia no magnífico Real Gabinete Português de Leitura, também no centro do Rio. Um lugar fabuloso, onde, acredito, tenha sido tomada a decisão de vir para Portugal.

Afim de fazer o mestrado rumei para Curitiba, capital do Paraná, que fica a sul do Brasil, duas vezes mais distante do Rio do que São Paulo, numa cidade a mais de 900 metros de altitude, onde pude experimentar o frio Europeu. Lembro-me de voltar a noite da faculdade, a pé, pela avenida 15 de Novembro, com o relógio digital  perto da Praça Osório a marcar 2 graus negativos!

Para pagar meus estudos, para além da mesada de minha madrinha, da monitoria na Faculdade e de esporádicos trabalhos de pesquisa a serviço da Professora Doutora Cecilía Maria Westphalen, trabalhava num pequeno sebo de um judeu grande amigo meu, João Milla Junior, infelizmente já falecido.

Vendíamos em seu sebo desde livros, é claro, até navios (!!!), passando por computadores. E lá foi onde comprei os meus primeiros micros usados, um TK-85 e depois um TK-90X (clone do ZX Spectrum), que foi onde conheci minha grande paixão belos bits, que para além dos livros e da Andréia, são minhas maiores paixões. Ainda trabalhei uns tempos no Teatro Guaíra na produção de peças teatrais. (Na imagem o teatro numa foto tirada do telhado da UFPR que fica em frente, embora eu estudasse numas instalações por trás do teatro, num prédio vizível na foto, bem ao alto com umas rampas).

O espírito critico tem vincado minha atuação …

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