27 Abr 2011 @ 4:31 PM 

Sinto-me intelectualmente órfão com com a partida do mestre.

Posted By: Edgard Costa
Last Edit: 27 Abr 2011 @ 04:31 PM

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Categories: Memórias, Pensando alto
 13 Jan 2011 @ 5:32 PM 
Dedo de Deus, Teresópolis

Dedo de Deus, Teresópolis

Depois de 10 anos, volto ao Brasil, a minha cidade natal do Rio de Janeiro, para infelizmente tratar de assuntos privados relacionados com a morte de meu irmão, que ocorreu no último dia 24 de Dezembro. Ele morava na cidade de Teresópolis, já há alguns anos, e no domingo passado estive lá para visitar seu túmulo para prestar-lhe uma última homenagem e visitar a sua bela casa.

Esta foto aí ao lado foi tirada por mim lá em Teresópolis, dois dias antes da tragédia. Trata-se de uma elevação que é um dos cartões postais do Estado do Rio de Janeiro e chama-se o Dedo de Deus. Até parece que ele mostrava para as águas onde é que elas deveriam cair. Como que dissesse que era aqui onde deveria ser descarregadas as águas do céu.

Tem sido muito triste esta minha rápida visita.

Posted By: Edgard Costa
Last Edit: 17 Jan 2011 @ 07:40 PM

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Categories: Memórias, Pensando alto
 24 Dez 2010 @ 2:13 PM 

É um dia em que gosto de pensar em minha querida e saudosa mãe. Gosto de lembrar de minha infância. Gosto de avaliar o ano que passou e de olhar para as pessoas com olhos de ver. Lembrar de tudo e de todos. E desejar a todos, sem excepção, que sejam felizes em suas vidas e que atinjam seus desejos, seus sonhos, sempre com ética esteja claro.

E gosto, sobretudo, de ir para a cozinha fazer muitas coisas para proporcionar aos meus filhos parte do carinho que ela dedicava a mim e a meu irmão. Obrigado mãe, deste-me carinho de sobra que partilho com os outros até hoje.

Posted By: Edgard Costa
Last Edit: 13 Jan 2011 @ 09:45 AM

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 14 Abr 2010 @ 7:19 PM 

ronaldo_bastos

Hoje eu pensei nisso, com naturalidade, ao escrever sobre tecnologia no blog de um amigo, desses que nunca o vimos, feitos pela Internet.

O meu compadre, padrinho do meu primogénito, um dia disse, de forma brilhante, uma coisa que hoje está acontecendo cada vez mais rápido. E o disse em forma de poema. Milton Nascimento musicou e cantou, mais uma vez, com maestria.



Ele disse assim:

Eu já estou com o pé nessa estrada
Qualquer dia a gente se vê
Sei que nada será como antes, amanhã
Que notícias me dão dos amigos?
Que notícias me dão de você?
Alvoroço em meu coração
Amanhã ou depois de amanhã
Resistindo na boca da noite um gosto de sol
Num domingo qualquer, qualquer hora
Ventania em qualquer direção
Sei que nada será como antes amanhã
Que notícias me dão dos amigos?
Que notícias me dão de você?
Sei que nada será como está
Amanhã ou depois de amanhã
Resistindo na boca da noite um gosto de sol

Ronaldo Bastos

E o amanhã, nos dias que correm, é cada vez mais próximo, quase hoje. Será um dia ontem? Talvez, mas eu também sei que nada será como antes, amanhã.

PS: Sobre o meu compadre uma coisa interessante que uma portuguesa ilustre um dia disse. Uma dia (uma noite pra ser mais preciso) ele me apresentou a ela, no balcão de chopp da Pizzaria Guanabara, no Baixo Leblon, como a sua namorada portuguêsa. Não fazia idéia de quem ela era e acho que só hoje associei. Muitas canções cantadas por ela depois…

Posted By: Edgard Costa
Last Edit: 14 Abr 2010 @ 08:00 PM

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 15 Dez 2009 @ 12:57 PM 

Quem me dera
Ao menos uma vez
Ter de volta todo o ouro
Que entreguei a quem
Conseguiu me convencer
Que era prova de amizade
Se alguém levasse embora
Até o que eu não tinha

Quem me dera
Ao menos uma vez
Esquecer que acreditei
Que era por brincadeira
Que se cortava sempre
Um pano-de-chão
De linho nobre e pura seda

Quem me dera
Ao menos uma vez
Explicar o que ninguém
Consegue entender
Que o que aconteceu
Ainda está por vir
E o futuro não é mais
Como era antigamente.

Quem me dera
Ao menos uma vez
Provar que quem tem mais
Do que precisa ter
Quase sempre se convence
Que não tem o bastante
Fala demais
Por não ter nada a dizer.

Quem me dera
Ao menos uma vez
Que o mais simples fosse visto
Como o mais importante
Mas nos deram espelhos
E vimos um mundo doente.

Quem me dera
Ao menos uma vez
Entender como um só Deus
Ao mesmo tempo é três
Esse mesmo Deus
Foi morto por vocês
Sua maldade, então
Deixaram Deus tão triste.

Eu quis o perigo
E até sangrei sozinho
Entenda!
Assim pude trazer
Você de volta pra mim
Quando descobri
Que é sempre só você
Que me entende
Do iní­cio ao fim.

E é só você que tem
A cura do meu vício
De insistir nessa saudade
Que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi.

Quem me dera
Ao menos uma vez
Acreditar por um instante
Em tudo que existe
E acreditar
Que o mundo é perfeito
Que todas as pessoas
São felizes…

Quem me dera
Ao menos uma vez
Fazer com que o mundo
Saiba que seu nome
Está em tudo e mesmo assim
Ninguém lhe diz
Ao menos, obrigado.

Quem me dera
Ao menos uma vez
Como a mais bela tribo
Dos mais belos índios
Não ser atacado
Por ser inocente.

Eu quis o perigo
E até sangrei sozinho
Entenda!

Assim pude trazer
Você de volta pra mim
Quando descobri
Que é sempre só você
Que me entende
Do início ao fim.

E é só você que tem
A cura pro meu vício
De insistir nessa saudade
Que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi.

Nos deram espelhos
E vimos um mundo doente
Tentei chorar e não consegui.

Posted By: Edgard Costa
Last Edit: 15 Dez 2009 @ 01:03 PM

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 09 Set 2009 @ 9:37 AM 

Está a trovejar. Muito forte. Os alarmes dos carros disparam como se Deus os balançasse com seu arroto.

Raios iluminam momentaneamente os meus pensamentos, como sempre acontece nesta situação.

Fico a pensar nos humanos, aqueles pobre animais que se depararam, há milhares de anos, com a inexorável e assustadora força da natureza. A medida desta força se mostra arrasadoramente inofensiva. Chego a sentir, como eles sentiram, todo o chão a tremer. Assusta sim, mas eu sei o que é e sei que existe apenas uma pequena possibilidade disto fazer mal a mim ou aos meus, protegidos que estamos dentro de nossas cavernas de concreto.

Está a chover, muito forte. Aos homens da terra que conhecem o mar, talvez até pareça que será desta vez que as águas superarão definitivamente as terras. E penso: E eu? Virarei algum peixe? Um raio assustadoramente perto me faz querer ser este peixe.

Observo as pessoas e os animais. Eles se calam. Olham para o céu. Resmungam por vezes algumas coisas ininteligíveis. Estará aquele cão da vizinha a rezar?

Muito barulho, os vidros estremessem. Ainda bem que nas cavernas dos antepassados não havia vidraças. Se não, o medo e a crença na superioridade de um ser que provocaria em sua cólera todas estas manifestações, seria ainda maior, mais forte e condicionante.

Chove. Muito forte. Mas a senhora vizinha segue para o seu carro de baixo de chuva. Não há alternativa. Ela tem que sair de sua toca e ir para outra. Para a toca do patrão, talvez. Ou para a toca do médico, do advogado, do dentista, quem sabe?.

A distância entre as luzes dos raios e o som do trovão já é maior novamente. Eu sei, e somente eu sei, mas eles não sabiam que isto significa que ela já se afasta. Mas o medo genético de meu antepassado não. Ele permanece presente. Até mesmo milhares de anos depois.

As crianças. Elas se assustam e dizemos: “Não é nada, são só trovões.” Mas como não é nada? São trovões. Muito fortes, muito significativos de que afinal há mesmo algo que nos supera em muito e está vivo. Está presente e pode se manifestar a qualquer momento. E pode mesmo levar aquilo que me é mais caro, minha pobre vidinha de observador de trovões.

Ainda há trovões. Estão distantes, mais distantes, mas o medo e a certeza de que eles existem não desaparece assim tão fácil, em tão poucos anos, milhares de anos.

Penso, do fundo de minha caverna: Quem passou por aqui? Por que fez tanto barulho? O que isto tem a ver comigo? Eu não lhe fiz nada de mal? Por que ele me assusta assim? Terei eu feito alguma coisa de mal? Estará ele desta vez apenas me avisando que é poderoso e que pode acabar comigo e com minha família no momento que quiser? Num piscar de olhos, na velocidade do raio? Terei eu agora, daqui pra frente, que policiar os meus atos afim de afastar este monstro de minha mente? Quem é ele? O que é ele?

Já passou. Engraçado. Rapidamente passou. Mais rápido do que eu esperava. Já até vejo o Sol. Foi ele… deve ter sido ele… o Sol… preciso dar-lhe um nome que signifique todo este poder expresso em meu medo.

Já sei: chamar-lhe-ei Deus. E assim o faço desde a milhares de anos.

Um último trovão se manifesta. Distante. Só para me lembrar que ela pode voltar e o fará sempre que quiser. Sem que eu deseje, espere, anseie.

Ok, deixe-me voltar ao jogo de pôquer…

Posted By: Edgard Costa
Last Edit: 09 Set 2009 @ 06:47 PM

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 15 Ago 2009 @ 4:32 PM 

Ontem, enquanto escrevia o postal sobre a música do Led Zeppelin, ao afirmar que o solo do Jimmy Page ainda, pra mim, inigualado, pensei muito numa música em particular. Na Firth of Fifth do Genesis, onde está aquele que penso ser o solo de guitarra mais bonito que já ouvi. Não supera o solo do Jimmy Page em técnca, mas supera em harmonia e beleza, como já acontecera na Parents do Budgie.

Mas o que me fez querer vir aqui para dizer isto é que ao novamente procurar imagens da Firth of Fifth no YouTube, reencontrei um vídeo pelo qual tenho particular admiração e que nunca o reproduzira nem aqui nem no GavezDois. É que estranhamente o fabuloso violonista que toca esta música não permitia a Tony R. Clef, reprodução dos vídeos em outras páginas. Mas agora permite e com novas características dos links do YouTube.

Gosto tanto do trabalho do Tony, do qual sou assinante do canal, e fiquei tão satisfeito que resolvi postar só para ouvirmos esta música fantástica. Aqui não há o solo do Steve Hackett (originalmente, bem como aqui, feito também numa Les Paul), mas o resto … !!!

Posted By: Edgard Costa
Last Edit: 15 Ago 2009 @ 04:55 PM

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Categories: Memórias, Pensando alto
 14 Ago 2009 @ 9:03 AM 

Gibson Les Paul Standard

Hoje, 13/08,  morreu um símbolo de minha paixão. Nossa vida é repleta de paixões. Apaixonamo-nos até mesmo por outras pessoas! Mas na maior parte do tempo apaixonamo-nos por coisas, ideias, imagens formadas em nossa mente do que imaginamos ser aquilo ou alguém.

Desde que tenho lembrança de fortes paixões, lembro-me dela. Clara, lisa e macia. Lembro-me de todas as curvas de seu corpo e de como me imaginei a acariciar-lhe. Partindo dos dedos de sua mão, deslizando suavemente ao longo de seu braço, parando por vezes num ponto qualquer, atendo-me num detalhe, tentando perceber o significado dos gemidos que ela produzia quando variava a intensidade, ou a velocidade, das carícias de meus dedos. Punha-me lentamente a caminho da concavidade que me levava ao interior de seu corpo. Aproximava-me de um de seus pontos mais sensíveis, onde seus gritos se tornavam mais altos e agudos, e suas reações mais femininas. E voltava ao início. Punha-me de novo a caminho de seu corpo. E ela gritava, gritava, gemia, chorava e cantava …

A primeira vez que me impressionei por seus atributos, seus gritos, seus sons, sua suave agressividade sonora, foi em 1970. Tinha eu apenas 9 ou 10 anos de idade quando ela me chamou a atenção. Ainda não sabia quem era ela mas quis imediatamente saber. Tentei descobrir-lhe o nome e soube que se chamava Gibson. Mas não só. Não uma Gibson qualquer. Era conhecida entre as outras Gibsons como Les Paul. Primeiro imaginei que seu nome fosse uma homenagem ao membro de uma outra de minhas paixões. Mas depois descobri que não. Que afinal homenageava outro homem.

E foi este homem que hoje morreu. Chamava-se simplesmente Les Paul, apesar de ter nascido Lester William Posfuss e tinha 94 anos pelos vistos, muito bem vividos.

Eu mesmo vivi grande parte de minha vida em torno das invenções deste homem genial, que para além da guitarra elétrica de corpo sólido, inventou também a gravação magnética em multi pistas, levando a gravação dos discos de guitarristas que utilizavam os seus inventos, a um infinito criativo que veio a desembocar num The Dark Side of the Moon, do vigoroso adepto da Les Paul, David Guilmour, por exemplo. Poderia ainda falar no tal outro Paul, o McCartney ou do George Harrison (aperar deste último ser mais adepto dos modelos acústicos da Gibson, muito semelhantes a enorme Gretsch que utilizava no início da carreira, da mesma forma que John Lennon), sem me esquecer do Pete Towshend, Jeff Back, Frank Zappa, Mark Knopfler ou do Slash, entre outros.

Mas para homenagear a morte de Les Paul, pus-me a ouvir, mais uma vez de forma compulsiva, aquela que é pra mim a grande obra prima da utilização sublime de todas as potencialidades de uma Les Paul. Pus-me a ouvir Since I’ve Been Loving You, onde o Jimmy Page mostra ao mundo o que era possível fazer com aquele instrumento fabuloso.

Led ZeppelinOuvi hoje, da mesma forma que já fizera aos 10, 11, 12, 13, 14, 15 … anos, aquela música pelo menos umas 30 vezes, que é o número necessário de vezes que preciso ouvi-la para satisfazer o meu insaciável desejo de prazer musical.

E, passados 40 anos, continua a ser um blues arrasador, onde todos os músicos se entregam de corpo e alma na interpretação sublime de uma canção sem igual. A gravação em estúdio, certamente utilizando um gravador multi pista, é um delicado minueto para voz e Les Pau, onde o guitarrista inglês ultrapassa a qualidade e o bom gosto na seleção e aplicação dos acordes. Desde as cinco notas iniciais, que Page já utilizara nos Yardbirds anos antes, ao solo, para mim, nunca igualado, esta música é, inequivocamente, um dos maiores clássicos dos anos 70 e faz de Jimmy Page um dos maiores artistas que se exprimem através de uma Les Paul. Mereceu inclusive um modelo que se chamou Jimmy Page Les Paul. Pouca coisa?

E foi assim que me apaixonei irremediavelmente pela primeira vez na minha vida. Apaixonei-me de uma só assentada pelo Led Zeppelin, pelo Robert Plant, pelo Jimmy Page, pelo Rock e por aquele magnífico instrumento musical.

Tão decisiva esta paixão, me incentivou a estudar, trabalhar e ganhar dinheiro. É que para um brasileiro de classe média em 1970, uma Gibson Les Paul tinha o preço de uma Ferrari aos meus olhos de hoje. E eu sempre quis ter uma. Em 1975, aos 15, já trabalhava nas horas vagas e aos finais de semana numa loja de disco, a Crazy Sound, perto do meu colégio, Andrews na praia de Botafogo. Aos 17 fui trabalhar numa editora, a EMI/Odeon.

Aos 19 consegui atingir ao meu objetivo: comprei uma Gibson Les Paul com o corpo rajado, cor de madeira, parecia um felino. Magnífica. Foi realmente um dos maiores tesões que já tive (desculpem-me as 3 esposas) e passei com ela alguns dos melhores momentos de minha vida.

Andávamos junto para todos os lados. Sempre que eu podia exibia sua beleza e minha destreza a ouvintes cansados. Sem sentir o que eu sentia, aquilo parecia sem sentido, uma mera masturbação. Eles também queriam senti-la, mas eu não deixava. Morria de ciúmes dela. Passava-lha a flanela assim que alguém lhe tocava um dedo. Aquilo era a minha vida.

Foi … como tudo, foi a minha vida eterna naqueles instantes. Depois, ficou colocada de lado. Já não me despertava a atenção e o interesse. Acabei por vendê-la e, por incrível que pareça, até ganhei algum dinheiro com nossa separação. Apaixonei-me por outras coisas. Entraram as mulheres em minha vida e minha carreira promissora de guitarrista foi-se, bem como algum dinheiro.

É assim. Sempre foi assim. E no final morremos, como hoje o Les Paul. Tenho com ele, acredito, um grande ponto em comum: adoro viver. Mesmo que o tempo passe e produza caricaturas de nossas juventudes, a mémória me impede e me recuso a deixar de me apaixonar (na e) pela vida.

PS: Ao clicar na imagem da guitarra lá acima, pelo menos no Firefox de minha paixão Fedora, abre um outro separador com uma daquelas visualizações psicodélicas que, bem observada e ao som da gravação original da música, podem te levar numa viagem até aos anos 70. Boa viagem.

Led Zeppelin Since I’ve Been Loving You (version live 1994) – kewego
Tout simplement une des plus belles chansons de l’histoire du rock. Magistral.

Posted By: Edgard Costa
Last Edit: 14 Ago 2009 @ 11:52 AM

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