14 Dez 2009 @ 1:20 PM 

LoucuraSobre este aspecto, e num pensamento bastante vago, reconheço-me, na compreensão e análise do assunto, com a opinião de Michel Foucault quando diz:

“Se se define a doença mental com os mesmos métodos conceituais que a doença orgânica, se se isolam e se se reúnem os sintomas psicológicos como os sintomas fisiológicos, é porque antes de tudo se considera a doença, mental e orgânica, como uma essência natural manifestada por sintoma específico. Entre estas duas formas de patologia, não há então unidade real, mas somente, e por intermediário destes dois postulados, um paralelismo abstrato. Ora o problema da unidade humana e da totalidade psicossomática permanece inteiramente em aberto.”

Mas apesar destas palavras já soarem a velho nos dias que correm, proferidas na década de 1970 do século passado, ainda existem pessoas que confundem seus estados de comportamento considerados normais com padrões estáveis de saúde, tanto mental quanto orgânica. Desta forma sentem-se confortáveis para, em função de sua própria normalidade, e crenças, julgar doente aqueles que agem de forma diferente das suas.

Sintomático de uma sociedade que se normatiza através da TV e da Internet. Ao contrário de um bom livro, onde o pensamento é formado a partir da crítica individual das palavras do autor, a TV retira a crítica, por apresentar a análise já pronta. E a Internet, igualmente redutora (em alguns casos a 140 letras) abre o espaço à interação, apesar de fazê-lo em dois sentidos: 1) de uma forma a-crítica, onde os comentários as palavras não são ripostadas pelo autor, dando, desta forma, margem para os comentários dos mais estapafúrdios, loucos mesmo, aos olhos dos outros comentadores, principalmente pela exiguidade das referências formais que sustentam e justificam o pensamento do comentarista, como são exemplos os cometários nos jornais; 2) de forma crítica por parte do(s) autor(es), porém, sempre permeados por uma convicção firme de suas ideias que, ao serem criticadas, são vistas como ofensivas, por vezes retiradas outras não, mas sempre recusadas. São exemplos destas os blogues pessoais.

Daí a diagnósticos, dentre os comentadores, também estapafúrdios a cerca de comentários dos outros, estabelecendo-se uma conversa de surdos, com opiniões absurdas, dignas da loucura formal, imaginada por agentes oníricos de uma razão esdrúxula. Sinal dos tempos.

Posted By: Edgard Costa
Last Edit: 14 Dez 2009 @ 01:51 PM

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Categories: Pensando alto

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