14 Mai 2009 @ 6:57 PM 

Começo aqui uma série e posts sobre a dualidade, assunto que estou a estudar e sobre o qual muito tem que ser dito, por compreende-la como um princípio básico da natureza humana, como veremos, e que leva, segundo o que tentarei discutir sem a pretensão de provar, a algumas das maiores contradições, tanto ao nível filosófico quanto espiritual.

Começo pelo final. A dualidade é um factor tão fundamental na vida humana que ela se encontra representada até mesmo na base de tudo o que os computadores fazem. O 0 e o 1 são tudo para estas máquinas.

Quando dei aulas de IT sempre, na introdução dos cursos, costumava dizer que o computador é uma máquina completamente estúpida e que faz contas com os dedos. E o pior de tudo só tem um dedo! A única coisa que consegue representar fisicamente é um estado da existência ou não de energia elétrica num determinado ponto.

A este ponto onde há ou não corrente chamamos de dígito binário, em inglês BInary digiT, e daí o termo Bit.

O Bit é dual por natureza, só representa dois números 1 ou 0. Só representa duas situações: a de ter ou não corrente elétrica. Só representa dois valores quando a realidade: verdadeiro ou falso. Tudo ou nada, é o cúmulo do radicalismo e não aceita nenhum meio termo. Não há discussão possível com um Bit, sendo o maior adepto da doutrina pragmática. Se seu estado não é verdade é, irremediavelmente falso.

Um Bit é muito pouco para representar qualquer espécie de informação útil. Normalmente ele se agrupa com outros Bits, 8 no caso dos Bytes, para poder, aliado a estes e na dependência de seus estados individuais, representar em conjunto maior de possibilidades que somente as duas do indivíduo.

Este conceito é importante de ser compreendido para que consigamos entender algumas das questões que tentarei formular mais a frente, noutros posts.

Desta forma imagine um conjunto de 2 Bits, ou duas lâmpadas em perfeito estado de funcionamento. Quantas combinações possíveis conseguimos com estas lâmpadas? Matematicamente é simples de representar esta questão:

  • Cada lâmpada tem somente dois estados possíveis: estão acesas ou apagadas. Portanto a base de nosso cálculo é 2;
  • Elevamos a base ao número de indivíduos e teremos a representação matemática da questão. No caso 2²;
  • Ou 2 x 2 que é igual a 4;

Portanto, para duas lâmpadas temos 4 possíveis combinações entre seus estados, a saber:

  1. As duas apagadas ou 00 em binário ou 0 em decimal;
  2. A primeira apagada e a segunda acesa ou 01 em binário e 1 em decimal;
  3. A primeira acesa e a segunda apagada ou 10 em binário ou 2 em decimal;
  4. As duas acesas ou 11 em binário ou 3 em decimal.

Simples não? E assim conseguimos representar 4 números com duas lâmpadas, ou dois Bits. Podemos fazer inclusive operações aritméticas binárias. Por exemplo: posso afirmar que 01 + 10 = 11. Não! Isso não é um mais dez que é igual a onze. Isto é o equivalente binário de 1 + 2 = 3 em decimal!!!

Um Byte é um conjunto de 8 Bits. Quantas combinações são possíveis? 2⁸ = 256 (ou 2×2=4 x2=8 x2=16 x2=32 x2 =64 x2=128 x2=256). Ou seja com a combinação de indivíduos que só podem representar dois estados temos, guando os agrupamos, a possibilidade de representar, ou verificar, um conjunto maior de combinações.

Portanto percebemos o que é a dualidade, matemática e binária pelo menos. Depois falaremos mais sobre como acredito que isto influencia o nosso pensamento.

Posted By: Edgard Costa
Last Edit: 15 Mai 2009 @ 07:08 PM

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Categories: Dualidade
 13 Mai 2009 @ 12:37 PM 

Ainda falam de dificuldades e coisa e tal no trato com o Linux. Ignoram que o melhor das características do adorável SO está nas suas entranhas. O que mais gostei das poucas experiências que fiz com o Mac OS X foi poder abrir uma consola UNIX e bulir com o gajo.

E o mesmo se passa com o Linux. Hoje, lendo um postal antigo de um blog que frequento, o Bitaites, encontrei um que tinha o seguinte título: Não há melhor sistema operativo que o Linux. Como era de esperar apressaram-se os “MSmaníacos” a dizer que o Windows era isso e aquilo, e que não o podiam abandonar por causa de aplicações que não encontravam equivalentes em Linux. Um deles disse-se game maníaco e por isto não o deixava. Um outro sugeriu então a pesquisa pelas palavras “free linux games”.

Foi o que fiz. Já nem me lembro se fizera antes, acho que não. Mas encontrei uma, entre muitas, que fui ler, onde relacionavam os 10 melhores jogos para Linux. Fui direto ao que opinavam como melhor. Chama-se “Battle for Wesnoth”.

Dai a te-lo em meu Fedora foi um tiro. Bastou ir a tal consola e escrever umas poucas coisas:

[edgard@dv9575 ~]$ su –
Palavra passe:

[root@dv9575 ~]# yum list *wesnoth* //que o mesmo que dizer “procura pra ver se existe”
Loaded plugins: refresh-packagekit

Available Packages
wesnoth.i386 1.6-1.fc10 updates
wesnoth-data.noarch 1.6-1.fc10 updates
wesnoth-server.i386 1.6-1.fc10 updates
wesnoth-tools.i386 1.6-1.fc10 updates

[root@dv9575 ~]# yum install wesnoth* //já que existe então instala
Loaded plugins: refresh-packagekit
Setting up Install Process
Parsing package install arguments
Resolving Dependencies
–> Running transaction check
—> Package wesnoth.i386 0:1.6-1.fc10 set to be updated
—> Package wesnoth-data.noarch 0:1.6-1.fc10 set to be updated
—> Package wesnoth-server.i386 0:1.6-1.fc10 set to be updated
—> Package wesnoth-tools.i386 0:1.6-1.fc10 set to be updated
–> Finished Dependency Resolution

Dependencies Resolved
============================================
Package Arq. Versão Repository Size
============================================
Installing:
wesnoth i386 1.6-1.fc10 updates 4.9 M
wesnoth-data noarch 1.6-1.fc10 updates 204 M
wesnoth-server i386 1.6-1.fc10 updates 369 k
wesnoth-tools i386 1.6-1.fc10 updates 423 k
Transaction Summary
============================================
Install 4 Package(s)
Update 0 Package(s)
Remove 0 Package(s)
Total download size: 210 M
Is this ok [y/N]: y //claro que sim

3 comandos e um “y” e o programa já cá canta, inclusive num modo servidor onde podemos jogá-lo em rede com toda a grande família. Complicado? Nem um pouco. Eu amo o yum.

Posted By: Edgard Costa
Last Edit: 13 Mai 2009 @ 02:58 PM

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Categories: Nada
 13 Mai 2009 @ 10:55 AM 

Deus, em toda a sua perfeição e onipotência, teria também todo o medo possível? Equilibrar-se-ia este medo com toda a coragem possível? Alguma coisa assim teria atuado de alguma forma em algum sentido? Não me parece.

Toda a bondade, quem crê atribui-Lhe. Toda maldade, originalmente atribuída, livraram-se dela ao empurrar um anjo do céu. Mas nada falaram quanto ao medo. Esqueceram-se?

Posted By: Edgard Costa
Last Edit: 13 Mai 2009 @ 10:55 AM

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Categories: Pensando alto
 12 Mai 2009 @ 10:56 PM 

Never let go – Camel

Crazy preachers of our doom
Telling us there is no room.
Not enough for all mankind
And the seas of time are running dry.
Don’t they know it’s a lie…

Man is born with the will to survive,
He’ll not take no for an answer.
He will get by, somehow he’ll try,
He won’t take no, never let go, no…

I hear them talk about Kingdom Come,
I hear them discuss Armageddon…
They say the hour is getting late,
But I can still hear someone say,
This is not the way…

Esta letra é de uma música do primeiro disco do Camel, lançado em 1973. Bela maneira de começar,  parece que foi escrita ontem.

Never Let Go

Posted By: Edgard Costa
Last Edit: 12 Mai 2009 @ 11:24 PM

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Categories: Micronarrativa
 11 Mai 2009 @ 5:42 PM 

¿Aquellos que han espíritu de cerdo, son los que han muerto de gripe porcina?

Posted By: Edgard Costa
Last Edit: 13 Mai 2009 @ 09:02 AM

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Categories: Piada
 11 Mai 2009 @ 9:04 AM 

Já faz alguns aninhos, um benfiquista amigo meu questionou-me, entre umas quantas imperiais, mais ou menos assim: vens lá do Brasil, moras na região de Lisboa, por que escolheste um time de tão longe pra torcer já que nem podes ir ao estádio ver as partidas?!

A resposta foi imediata: estou aqui desde o início de 1988. Lá, um ano antes quando já me decidira partir, fiquei evidentemente atendo ao que se passava nas terras de Vitorino Magalhães Godinho.

A História eu já conhecia. Sobre a vida cotidiana perguntei aos muitos amigos portugueses, nomeadamente donos de livrarias no Rio (como o seu Estrela e a Fátima, quem me “apresentou” a Florbela Espanca) e em Curitiba (um deles disse-me, e com razão, que se me acostumasse com a vida em Portugal, jamais quereria voltar para o Brasil).

Mas para uma coisa tão pessoal e apaixonante como um clube de futebol, não havia como perguntar aos amigos. Seria mais ou menos como se me casasse com alguém por causa de uma sugestão de um amigo. Daí o que fiz? Como ainda não existia a Internet como hoje, fui para a TV assistir a tudo o que por lá passava do esporte bretão nas terras de António Sérgio.

Até que um dia vi um jogo grande. Daqueles mesmo grandes, onde se disputava um título que o Brasil não podia nem dar opinião. De um lado estava o todo poderoso Bayern de Munique que anos antes eu vira derrotar o Cruzeiro na taça Mundial Interclubes, quando aquela ainda se jogava a duas mãos, uma em cada um dos países. Do outro lado estava um clube que eu não conhecia (apesar do Otto Glória, por ser casado com uma das melhores amigas de minha mãe, fosse frequentador de minha casa em Copacabana), mas que me chamou a atenção por dois motivos: 1) era português; 2) no segundo tempo entrou um jogador brasileiro que eu gostava muito de ver jogar, ainda dos tempos do Santos, e que, de uma forma bastante clara, representava o Brasil naquela final. Chamava-se Juary, um negrinho franzino de trato fácil com a pelota, que no alto de seus 1,68 m mais me parecia um anão frente aos gigantes alemães o que, por si só, garantia a empatia imediata

Estava satisfeito com o 1 x 0 para o Bayern da primeira etapa. Para o que procurava do “Alematlântico”, um time português para torcer, servia. Já até havia lhe decorado as cores da camisa.

Mas junto com Juary veio aquela segunda parte. Admirei dois outros jogadores os quais simplesmente não entendia o nome: um tal de Paulo “não sei o que” (que em Portugal descobri-o Futre) e o Madjer. O gol do Juary me deixou radiante, cheguei mesmo a sorrir. Mas aquele momento mágico dos quais o futebol é feito, e que ficou para a História como o lendário calcanhar do Madjer, me fizeram perder as dúvidas e… me apaixonar. Amor a primeira partida.

Se já ouvira falar do Benfica? Sim, claro, como não? Se gostava do Benfica? Claro que não. Não era lá que jogava aquele gajo que marcara dois gols ao Brasil em 66, naquele jogo em que também compreendi como o mais violento a que já assisti até hoje? Com meus olhos infantis, de onde correram lágrimas, vi aquele time de camisas vermelhas e calções brancos, tal e qual guerreiros a pilhar-nos o templo sagrado, a dar com a própria “Coluna” no deus Pelé.

Quando aqui cheguei, aquele outro time de camisas vermelhas e calções brancos onde alinhara o tal gajo, tinham até uma estátua em sua homenagem a frente do estádio, foi imediatamente escolhido como o rival, antes mesmo de escolher a paixão.

No outro lado da Avenida Norton de Matos, estava um clube que pouco me dizia, embora hoje, confesse, tem o único estádio onde fui assistir ao vivo a partidas de futebol em Portugal (tenho uma “filha” lagarta, fazer o que?). Na mesma Lisboa, e para além de um outro clube que muito me lembrava outro rival o Fluminense, pelas cores, pelo Duílio e pelo uniforme, havia um clube de azul, que imediatamente me agradou, por lá jogar um tal Dudu que pouco tempo antes viera do meu clube brasileiro de coração, o Vasco da Gama. Mas faltava naquele azul, umas listas brancas para ser aquele que me encantara.

Até que o re-encontrei. Já não tinham o Juary, mas estava o Madjer. Por lá deixei ficar o meu coração. E nestes últimos 21 anos que por aqui estou, tive pelo menos 14 ótimas razões para não me arrepender.

Podemos chamar isto de desígnio pré-concebido? Não acredito. Acredito mesmo é naquela divisão que quantifica o sucesso como 99% de trabalho e 1% de inspiração.

Vida longa ao Futebol Clube do Porto!

PS: Com todo o respeito pelo magnífico jogador de futebol que foi Eusébio e por sua admirável pessoa.

Posted By: Edgard Costa
Last Edit: 13 Mai 2009 @ 09:05 AM

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Categories: Pensando alto

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