Começo aqui uma série e posts sobre a dualidade, assunto que estou a estudar e sobre o qual muito tem que ser dito, por compreende-la como um princípio básico da natureza humana, como veremos, e que leva, segundo o que tentarei discutir sem a pretensão de provar, a algumas das maiores contradições, tanto ao nível filosófico quanto espiritual.
Começo pelo final. A dualidade é um factor tão fundamental na vida humana que ela se encontra representada até mesmo na base de tudo o que os computadores fazem. O 0 e o 1 são tudo para estas máquinas.
Quando dei aulas de IT sempre, na introdução dos cursos, costumava dizer que o computador é uma máquina completamente estúpida e que faz contas com os dedos. E o pior de tudo só tem um dedo! A única coisa que consegue representar fisicamente é um estado da existência ou não de energia elétrica num determinado ponto.
A este ponto onde há ou não corrente chamamos de dígito binário, em inglês BInary digiT, e daí o termo Bit.
O Bit é dual por natureza, só representa dois números 1 ou 0. Só representa duas situações: a de ter ou não corrente elétrica. Só representa dois valores quando a realidade: verdadeiro ou falso. Tudo ou nada, é o cúmulo do radicalismo e não aceita nenhum meio termo. Não há discussão possível com um Bit, sendo o maior adepto da doutrina pragmática. Se seu estado não é verdade é, irremediavelmente falso.
Um Bit é muito pouco para representar qualquer espécie de informação útil. Normalmente ele se agrupa com outros Bits, 8 no caso dos Bytes, para poder, aliado a estes e na dependência de seus estados individuais, representar em conjunto maior de possibilidades que somente as duas do indivíduo.
Este conceito é importante de ser compreendido para que consigamos entender algumas das questões que tentarei formular mais a frente, noutros posts.
Desta forma imagine um conjunto de 2 Bits, ou duas lâmpadas em perfeito estado de funcionamento. Quantas combinações possíveis conseguimos com estas lâmpadas? Matematicamente é simples de representar esta questão:
Portanto, para duas lâmpadas temos 4 possíveis combinações entre seus estados, a saber:
Simples não? E assim conseguimos representar 4 números com duas lâmpadas, ou dois Bits. Podemos fazer inclusive operações aritméticas binárias. Por exemplo: posso afirmar que 01 + 10 = 11. Não! Isso não é um mais dez que é igual a onze. Isto é o equivalente binário de 1 + 2 = 3 em decimal!!!
Um Byte é um conjunto de 8 Bits. Quantas combinações são possíveis? 2⁸ = 256 (ou 2×2=4 x2=8 x2=16 x2=32 x2 =64 x2=128 x2=256). Ou seja com a combinação de indivíduos que só podem representar dois estados temos, guando os agrupamos, a possibilidade de representar, ou verificar, um conjunto maior de combinações.
Portanto percebemos o que é a dualidade, matemática e binária pelo menos. Depois falaremos mais sobre como acredito que isto influencia o nosso pensamento.