14 Set 2009 @ 5:05 PM 

Umas e outras há muitas, menos as primeiras que as segundas, mas sempre há muitas. Na condição especial da adorada virgem mãe, esta é que, se isto for possível, pelo que dizem, só mesmo uma.

Mas uma das explicações possíveis para a história da virgem nos conta que nos tempos de Maria, a mulher que cometesse o adultério era simplesmente apedrejada. Infelizmente, também pelo que contam, isto ainda acontece nos dias de hoje. Consta que o “santo” José, ao voltar de viagem, encontrou a sua muito mais nova esposa, Maria, grávida, possivelmente, de um de seus irmãos mais novos. O “santo” José, para não punir o irmão e a jovem mulher, assumiu aquela história do anjo violador de virgens, mas que por ser anjo não desvirginava a virgem, mas que causava a gravidez na mesma. Coisas banais de “santos”.

De forma geral, ao longo da História, encontramos em vários, quase todos, os agrupamentos sociais maneiras de execrar, banir, punir, ostracizar, o membro que erra. O erro é uma componente inerente da condição humana, mas dependendo do erro, e das consequências para com os nossos semelhantes, a punição é exemplo para os outros, afim de evitar o erro e/ou dar uma dimensão da avaliação a que aquele grupo social dá ao erro.

Hoje em dia já não se pratica o apedrejamento da adultera (imagina se o fizessem!), Mas o apedrejamento ainda é praticado em nossa sociedade ocidental, quase todos os dias e, principalmente, com as pessoas públicas. Aquelas das quais ficam dia e noite à porta de casa, esperando que sejam humanos como nós e façam alguma coisa que, mesmo que não seja nada errada, possa ser dado uma conotação de erro.

Mas quando erram então, estas figuras públicas são mesmo apedrejadas, fuziladas! Já não se usam pedras ou balas, mas perguntas, câmeras e disparos das máquinas fotográficas digitais.

Isto tudo passou aqui por minha cabeça, porque vi uma cena de apedrejamento público feito contra a Serena Willians, logo a seguir a ocorrência do, talvez, aquele que tenha sido o seu maior erro: disse para uma juiz de linha oriental, o que me fez lembrar dos japoneses ou dos vietnamitas, após esta ter lhe marcado uma falta de pé, num segundo saque, o que deu o “match point” a adversária Kim Clijster, disse-lhe que a mataria! Ainda tentou negar isto na quadra, nas explicações aos responsáveis do torneio, mas nada adiantou, foi mesmo punida com um ponto o que deu a vitória a tenista belga.

Os desportistas de alta competição tem um privilégio que poucos tem: a eles é reservada uma sessão de apedrejamento automático ganhe ou perca. É automático e compulsório exatamente para que ele não possa fugir das sessões de conferência de imprensa quando lhe convier, como seria o caso dos dias em que erram como Serena errou. Se fosse opcional, Serena por lá não teria aparecido, Mas como se lá não fosse seria chamada de tudo, de covarde para baixo, lá foi ela ser apedrejada passivamente, como que caminha para um pelotão de fuzilamento. Com dignidade, sempre, mas apedrejada a cada movimento fotogénico, que a envergonha e incomoda. Mas faz parte do show, que afinal deve continuar. Está escrito em seu contrato de milhões de dólares que sempre tem que ir as sessões de apedrejamento, independentemente do tamanho e da direção das pedras.

É impressionante ouvir os arremessos das “pedradas” exatamente nos momentos em que a maior fragilidade “espiritual” se apresenta em gestos com charme e dignidade, porém desajustados para o momento, que deveria ser da mais profunda humildade. Como os lobos ou cães, ela deveria, queriam os fotógrafos, ter aparecido por ali com o “rabo entre as pernas”. Mas ela é a Serena Williams. Seu saldo bancário e seu status social a isso não permitam. Mas que procuram, procuram e lançam as pedras.

Por que do apedrejamento? No momento das palavras, no ato do xingamento, quando agimos desgovernados dos conceitos sociais que nos norteiam o dia a dia, nos reprimem as sensações e nos condicionam as ações para sermos sociais, não há nada que exista a não ser nós próprios e nosso instinto. Não existe Deus, Jeová, Maria… não existe santo nenhum que nos detenha em nossos impulsos humanos. Sejam eles movidos pela raiva ou pelo desejo sexual. Há que depois admitir, assumir os erros e inventar uma desculpa qualquer para nossos atos, porque nos apedrejados de nossa cultura ocidental, a vida continua.

E no final até se saiu bem. 10.000 dólares menos milhonária, mas se saiu bem, imaculada. Disse até que nunca brigara com ninguém… uma santa… fez caras, gestos e poses disto. Daqueles que constam em nosso imaginário social que antes eram eternizados pelos mestres da pintura, mas que agora são feitos pelos fotógrafos.

Posted By: Edgard Costa
Last Edit: 03 Nov 2009 @ 11:02 AM

EmailPermalinkComentários fechados em Virgens Marias
Tags
 09 Set 2009 @ 9:37 AM 

Está a trovejar. Muito forte. Os alarmes dos carros disparam como se Deus os balançasse com seu arroto.

Raios iluminam momentaneamente os meus pensamentos, como sempre acontece nesta situação.

Fico a pensar nos humanos, aqueles pobre animais que se depararam, há milhares de anos, com a inexorável e assustadora força da natureza. A medida desta força se mostra arrasadoramente inofensiva. Chego a sentir, como eles sentiram, todo o chão a tremer. Assusta sim, mas eu sei o que é e sei que existe apenas uma pequena possibilidade disto fazer mal a mim ou aos meus, protegidos que estamos dentro de nossas cavernas de concreto.

Está a chover, muito forte. Aos homens da terra que conhecem o mar, talvez até pareça que será desta vez que as águas superarão definitivamente as terras. E penso: E eu? Virarei algum peixe? Um raio assustadoramente perto me faz querer ser este peixe.

Observo as pessoas e os animais. Eles se calam. Olham para o céu. Resmungam por vezes algumas coisas ininteligíveis. Estará aquele cão da vizinha a rezar?

Muito barulho, os vidros estremessem. Ainda bem que nas cavernas dos antepassados não havia vidraças. Se não, o medo e a crença na superioridade de um ser que provocaria em sua cólera todas estas manifestações, seria ainda maior, mais forte e condicionante.

Chove. Muito forte. Mas a senhora vizinha segue para o seu carro de baixo de chuva. Não há alternativa. Ela tem que sair de sua toca e ir para outra. Para a toca do patrão, talvez. Ou para a toca do médico, do advogado, do dentista, quem sabe?.

A distância entre as luzes dos raios e o som do trovão já é maior novamente. Eu sei, e somente eu sei, mas eles não sabiam que isto significa que ela já se afasta. Mas o medo genético de meu antepassado não. Ele permanece presente. Até mesmo milhares de anos depois.

As crianças. Elas se assustam e dizemos: “Não é nada, são só trovões.” Mas como não é nada? São trovões. Muito fortes, muito significativos de que afinal há mesmo algo que nos supera em muito e está vivo. Está presente e pode se manifestar a qualquer momento. E pode mesmo levar aquilo que me é mais caro, minha pobre vidinha de observador de trovões.

Ainda há trovões. Estão distantes, mais distantes, mas o medo e a certeza de que eles existem não desaparece assim tão fácil, em tão poucos anos, milhares de anos.

Penso, do fundo de minha caverna: Quem passou por aqui? Por que fez tanto barulho? O que isto tem a ver comigo? Eu não lhe fiz nada de mal? Por que ele me assusta assim? Terei eu feito alguma coisa de mal? Estará ele desta vez apenas me avisando que é poderoso e que pode acabar comigo e com minha família no momento que quiser? Num piscar de olhos, na velocidade do raio? Terei eu agora, daqui pra frente, que policiar os meus atos afim de afastar este monstro de minha mente? Quem é ele? O que é ele?

Já passou. Engraçado. Rapidamente passou. Mais rápido do que eu esperava. Já até vejo o Sol. Foi ele… deve ter sido ele… o Sol… preciso dar-lhe um nome que signifique todo este poder expresso em meu medo.

Já sei: chamar-lhe-ei Deus. E assim o faço desde a milhares de anos.

Um último trovão se manifesta. Distante. Só para me lembrar que ela pode voltar e o fará sempre que quiser. Sem que eu deseje, espere, anseie.

Ok, deixe-me voltar ao jogo de pôquer…

Posted By: Edgard Costa
Last Edit: 09 Set 2009 @ 06:47 PM

EmailPermalinkComentários fechados em A tempestade
Tags
 23 Ago 2009 @ 8:56 AM 

Evolução da humanidade ocidental

O “come quem quer”, “fuma quem quer”, etc. é o argumento utilizado pela indústria alimentar e do tabaco na hora em que são condenados a pagar indemnizações aqueles que sofreram as consequências do processo de massificação de mal hábitos patrocinado pela indústria ocidental. E perdem nas cortes ao utilizar este argumento.

A separação entre os fortes que resistem a pressão mediática e social e os fracos que engordam e morrem das consequências provenientes da massificação de lixo consumista, é um argumento que tem por base a eugenia. Está provado nas cortes e na História.

Fala-se aqui em questões básicas muito sérias do processo de desenvolvimento social pelo qual o mundo ocidental católico (aquele que se habituou a comer carne de porco, lixo para os judeus e muçulmanos) passa neste momento em que se revê todas as consequências da Revolução Industrial, da crise financeira e económica causadas pela massificação industrial que levou a crise de 1929 e a de 2008/2009, aos processos “fast rich” que trazem dinheiro para alguns e sofrimento para milhões.

Em minha opinião todo este processo está errado e tem que ser modificado. Todo o processo de diminuição do custo de produção visando a maximização do lucro, em detrimento da qualidade de vida das pessoas tem que ser modificado. E na indústria alimentar isto se apresenta de forma particularmente cruel, porque atinge diretamente a qualidade de vida das pessoas e, sobretudo, a saúde!

É triste ver um mundo ocidental que cada vez consome mais lixo, e isto se vê na dimensão de seus corpos, enquanto na maioria do mundo morre-se de fome. O alimento consumido por aquela senhora da foto dava para alimentar de forma equitativa pelo menos mais 4 pessoas. Se por cada gordo, sinal efetivo de produção e consumo excessivos, houvesse uma maneira de dividir este alimento em partes iguais, não haveriam nem os gordos nem os que morrem a fome.

Mas que isto fosse feito sem o paternalismo de um estado totalitário. Que fosse feito por mera solidariedade. O problema é que a solidariedade não gera lucro. Portanto é melhor engordar os daqui, dando-lhes muito mais alimento do que precisam, desde que eles tenham dinheiro para pagá-lo, do que utilizar este excedente para alimentar a quem realmente precisa. É como a indústria do dinheiro: só emprestam para quem o tem.

Sinto-me mal, muito mal, quando vejo um manifestante qualquer no mundo ocidental a destruir alimento pelo fato dele não proporcionar o lucro que esperava. Porra! E os que estão a morrer a fome?

Que se canalize as calorias que excedem nos maioritariamente gordos ocidentais para os maioritariamente desnutridos do resto do mundo. Tenho a certeza que todos ficariam mais felizes. Menos os “louros de olhos azuis engravatados” a quem o Lula responsabilizou esta última crise que passamos. Mais uma vez uma crise de excedente industrial. Só que desta vez proveniente da indústria do dinheiro.

É fácil de ver, não é?

Posted By: Edgard Costa
Last Edit: 23 Ago 2009 @ 09:31 AM

EmailPermalinkComentários fechados em O que penso que deveria ser a justiça social
Tags
 13 Ago 2009 @ 4:15 AM 

Estátua da LiberdadeEu sou livre! Sou livre! Sou livre para ser gente civilizada, sou livre para ser o que quiser, dentro daquilo a que me deixam escolher.

Sou livre para torcer para o clube que eu quiser, para ir a estádios e pagar para assistir ao futebol. Sou livre para pagar as apostas esperançosas de ganhar milhões que não mais acabam todas as semanas. Aliais, sou livre para gastar o dinheiro que sobra, do dinheiro que ganho com meu trabalho, naquilo que eu quiser.

Sou livre! Sou livre! Posso escolher em quem votar, da esquerda à direita, do Portas ao Portas, que é o mesmo que dizer de leste a oeste. Mesmo sabendo que não há nada nem a norte, nem a sul, nem a sudeste, nem a noroeste, nem em mais lado nenhum, posso votar da esquerda à direita. Sou livre como uma estátua.

Sou livre! Sou livre! Posso falar a mesma língua que meus vizinhos, posso me vestir como eles, posso ter a mesma religião que eles, posso ser da mesma cor deles, posso ser tolerante e politicamente correto com eles. Sou livre, inclusive, para discriminar, se eu quiser. Posso até dizer bom dia, boa tarde e boa noite pra eles, o que é tão belo. Sou livre para estar completamente nu em meu banheiro!

Sou livre! Sou livre! Posso ter um carro, um fogão, um frigorífico, um ar condicionado, vários aparelhos de televisão, vários computadores. Posso gastar energia a vontade. Posso até ter aqueles porta retratos modernos que ficam mudando entre as minhas fotografias prediletas, no tempo em que eu quiser, mesmo que para lá eu não olhe. Sou livre para imaginar o que eu quiser. Sou livre para sonhar!

Sou livre! Sou livre! Posso beber água, respirar o ar, andar na terra, fazer o pão, rever amigos, olhar para o céu, pagando somente parte daquilo que sobra do tal dinheiro que ganho. Posso até abrir e fechar a porta de minha casa quantas vezes eu quiser! E mais: posso fazer cocó e xixi quando eu quiser.

Li este texto para um índio que conheci. Perguntei-lhe o que achava do tom jocoso de minhas palavras. Ele respondeu-me que também podia fazer cocó e xixi quando quisesse, mas que no resto, não sabia do que eu estava a falar. Eu sou livre! Sou livre!

Posted By: Edgard Costa
Last Edit: 13 Ago 2009 @ 11:26 PM

EmailPermalinkComentários fechados em Eu sou livre! Sou livre!
Tags
 06 Ago 2009 @ 5:20 PM 

A distorção da formação de nossa compreensão da realidade, provocada pelo nosso envolvimento com a artificial civilização industrial, a que estamos inseridos, já chega a tal ponto, que somos capazes de fazer campanhas, e gastar dinheiro, em defesa de determinadas ideias, contra umas coisas e/ou a favor de outras, mas que ambas, na prática, são opiniões formadas em função de visões artificiais da realidade. Nada tem a ver com a nossa natureza humana, que se perde numa argumentação sem nexo.

Sei que esta é uma afirmação complexa e será de difícil demostração. Mas é isto que tentarei fazer a seguir. Sei que não conseguirei no âmbito deste postal. Serão ainda precisos muitos outros para demostrar com clareza, para resumi-lo em afirmações simples e objetivas. Mas é este, estudar esta afirmação, um dos principais propósitos deste blogue. Não chego agora a saber se a própria afirmação está bem formulada, mas para o propósito a que me destino neste momento, é suficiente.

Dinheiro é gasto em campanhas para que se deixe de comer carne animal e se passe a consumir somente vegetal. Ótimo. Não fossemos nós humanos, simultaneamente, carnívoros e herbívoros. A Antropologia nos ajuda a fazer esta última afirmação com um elevado grau de certeza.

Mas o caso que me chamou a atenção é uma exemplar ação de artificialidade civilizatória, pois carrega em sua mensagem diversas incoerências. Trata-se do caso da PETA (People for the Ethical Treatment of Animals).

Uma das principais mensagens desta ONG, com mais de dois milhões de membros e apoiantes, sendo mesmo a maior organização que trata dos direitos dos animais no mundo, segundo o seu site (http://www.peta.org), é extremamente simples: Não coma aninais, seja vegetariano!

Perfeito. Bonito. Poético. Só que nós somos animais (também) e carnívoros! E para que se defenda aquilo que para eles é importante, os animais, direcionam para os vegetais o voraz apetite dos humanos que tem dinheiro para se alimentar.

Ok. Compreensível mas… por que? Terão os animais a quem eles defendem os direitos, mais direitos que as plantas? Sendo ambos seres vivos domesticados para nossa satisfação alimentar, uns tem mais “direitos” que outros? Aplica-se aos animais ou as plantas a artificial noção de direito, acima das leis da natureza, sob o qual nos organizamos?

Acredito que as plantas tem sentimentos, como provou Cleve Bacster, e comprovaram os MithBusters, e que sentem inclusive dor. Neste caso onde estaria a diferença entre os animais e os vegetais?

A exploração do erotismo feminino nas campanhas da PETA, não serão também tão criticáveis quanto a possível exploração dos animais para satisfação de nossa necessidade básica como eles apresentam?

Questões as quais tentarei responder mais tarde. Mas, para já, uma visão de uma outra organização social, destas a que nossa artificial civilização está cheia, contra a atuação da PETA. Com a palavra, as feministas.

Não me manifesto nem contra nem a favor de um ou outro ponto de vista. Estou tão somente a ler as opiniões. Ambas me parecem artificiais. Vejo o próprio direito como uma artificialidade necessária.

Mas acredito que se a PETA utilizasse o dinheiro que gasta nas campanhas contra o uso da carne animal e em defesa dos vegetarianos, com a alimentação, vegetariana que seja, dos que para isto não tem dinheiro, prestariam um serviço melhor a sociedade do que a Playboy tem prestado.


Alicia Silverstone’s Sexy Veggie PSA
Order a FREE vegetarian starter kit at GoVeg.com

Afinal ambos os argumentos, contra e a favor da utilização da carne animal na alimentação, são artificialidades inerentes a tal sociedade industrial que o Marcuse descreveu. E esta caríssima peça publicitária é mero marketing para vender mais alguma coisa para o consumidor. E fa-lo utilizando o erotismo, da mesma forma que a Kelloggs ou a HS. O objetivo é sempre o mesmo: vender necessidades que nós não temos.

A PATA, a PETA, a PITA, a POTA e a puta (que fique claro que não me refiro a Alicia, sendo isto só um trocadilho), tem todas o mesmo objetivo de vender alguma coisa pra gente.

Ok. O marxismo afundou-se nas experiências políticas do socialismo soviético, mas as boas ideias de justiça social devem ser resgatadas, preservadas e adaptadas a uma nova sociedade mais coerente. Só tentarei aqui dar o meu contributo para que isto aconteça.

Posted By: Edgard Costa
Last Edit: 06 Ago 2009 @ 10:03 PM

EmailPermalinkComentários fechados em Terão os animais mais direitos que as plantas? Direito!? O que é isto?
Tags
 06 Ago 2009 @ 4:25 PM 

A base teórica mais clara que tenho sobre a ideia da artificialidade da civilização surge bem organizada e sistematizada nas palavras de Herbert Marcuse. De um texto acerca de suas ideias, retidado da Wikipédia, destaco o seguinte trecho onde se definem estas questões:

“Marcuse retoma de Hegel duas noções capitais, a idéia de “Razão” e a idéia de “Negatividade”. A Razão é a faculdade humana que se manifesta no uso completo feito pelo homem de suas possibilidades. Não se pode compreender a “possibilidade” longe do conceito de “necessidade”. O que necessitamos? A necessidade nos dirige a certos objetos cuja falta sentimos. A possibilidade mede o raio de nosso alcance face a tais objetos. Se quero um apartamento mas não tenho dinheiro para comprá-lo, o objeto de minha necessidade é o apartamento, e a medida de minha possibilidade é o dinheiro que me falta. É muito fácil compreender como a falta de dinheiro representa um bloqueio falso, fictício, á satisfação de meu desejo. Na realidade posso ter o apartamento, mas certas convenções sociais, que respeito de modo mais ou menos acrítico, me impedem de possuí-lo. Ao mesmo tempo, se me interrogo a respeito da minha necessidade face ao apartamento, essa também se dissolve. O apartamento é um símbolo de status social, ou resultado de certas convenções visando ao gosto que seriam, em outras condições, muito discutíveis, e que nem sempre me possibilitam morar satisfatoriamente. A minha necessidade se revela, portanto, como uma falsa necessidade, assim como o bloqueio pela falta de dinheiro das minhas possibilidades era um bloqueio falso. Onde se encontram, então, minhas necessidades e minhas possibilidades? Como compreenderemos o que e Razão? Marcuse muito se preocupa com este problema ao longo de toda a sua obra, sempre polêmica.” (Wikipédia)

Posted By: Edgard Costa
Last Edit: 06 Ago 2009 @ 05:05 PM

EmailPermalinkComentários fechados em Sobre a artificialidade da civilização
Tags
 04 Ago 2009 @ 11:31 AM 

Perpetuação do mana através de gerações“Entre os melanésios, força ou poder impessoal e sobrenatural que pode estar concentrado em objetos ou pessoas e que pode ser herdado , adquirido ou conferido.” (Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, )

“Entre os melanésios, o conjunto de forças sobrenaturais provenientes dos espíritos e que operam num objeto ou numa pessoa.” (Novo Dicionário Aurélio da língua portuguesa, 2ª edição)

“O Mana uma força impessoal que existe nas pessoas, animais e objectos inanimados e que instiga no observador um sentimento de respeito ou de admiração. Antropologicamente, mana é um conceito com um significativo interesse, já que é considerado frequentemente como o precursor de uma religião formal. O mana é comummente interpretado como a “substância da qual a magia é feita” além da substância que forma a alma.” (Wikipédia)

Esta poética definição da palavra “Mana”, encontrada no Wikipédia e que dá título ao postal, encontrei-a ao pesquisar na Internet sobre o fenómeno humano de adoração de pessoas. Eu estava a procurar a origem deste tipo de admiração (humana por outros humanos em carácter particular, mas sei que ela também pode se aplicar a animais, objetos inanimados, ícones, desenhos, etc), porque sempre que encontro pela rua este tipo de manifestação, que se exprime de diversas maneiras, interesso-me de forma particular, tentando compreende-la.

Todos temos diversas vezes na vida a oportunidade de presenciar momentos destes ao vivo (sem falar na TV que é quase que exclusivamente um instrumento de criação e destruição de ídolos), nos quais por vezes nós próprios estamos envolvidos como admiradores. Esta admiração pode proporcionar, como tudo na vida, tanto reações (cargas elétricas) positivas (amor, afeto, idolatria, etc) como negativas (ódio, ciúmes, inveja, etc). É-nos, por vezes, completamente impossível sermos indiferentes a determinadas pessoas, por mais que queiramos e/ou dizemos sê-lo.

Nos últimos anos, sempre que este tipo de manifestação ocorre na minha presença, passo a observar e a tentar analisar os indivíduos, compreender-lhes a razão. Tento verificar as suas particulares formas de manifestar a admiração. Tento compreender as intenções individuais e coletivas quanto ao objeto admirado. Encontro aí fonte inesgotável de inspiração de personagens e de credibilização psicológica destas mesmas personagens.

Percebo que a manifestação de admiração se produz em duas vertentes: a) na vertente imediata, uma vez que a comunicação se dá em primeiro lugar com os outros manifestantes, o que na esmagadora maioria das vezes é a única audiência de nossa manifestação; b) e na vertente secundária, está já no campo da imaginação, onde a comunicação de nossa admiração poder-se-ia se dar diretamente com o objeto admirado. Esta última, muitas vezes, em minha opinião, assume um carácter sexual.

Este é efetivamente o princípio básico da religiosidade humana. E este é um dos assunto que mais me desperta o interesse ultimamente, por que percebo com nitidez que a religião no futuro será uma coisa completamente diferente da que é agora.

Posted By: Edgard Costa
Last Edit: 04 Ago 2009 @ 06:52 PM

EmailPermalinkComentários fechados em Mana, a substância da qual a magia é feita
Tags
 03 Ago 2009 @ 12:01 AM 

Hoje completo 50 anos de vida. Ainda não sei exatamente o que isto significa. Estou a fazer uma espécie de retrospetiva e avaliação do que foi positivo e negativo. Não consigo concluir absolutamente coisa alguma. Consigo ver tudo, dependendo do ponto de vista, como positivo ou negativo.

Vejo felicidade e tristeza e consigo distingui-las com clareza. Mas não consigo ver com tanta nitidez, por exemplo, a interpretação jurídica de alguns crimes, a expressão da arte e seus efeitos nos seres humanos no que diz respeito a qualificação, a política e os sistemas políticos como necessários a civilização artificial, só para citar algumas coisas. Mas vai por ai além, muito além.

Mas começo a ver, diante dos meus olhos, o nascimento de algumas ideias novas. O que com 50 anos, é motivo de orgulho. Sinto-me efetivamente jovem.

Posted By: Edgard Costa
Last Edit: 04 Ago 2009 @ 11:50 AM

EmailPermalinkComentários fechados em Meio século
Tags
 28 Jul 2009 @ 6:52 PM 

É quando um IP da classe A, 10.9.18.163 por exemplo, diz a um da classe C, 192.168.100.254 por exemplo, que é melhor do que este porque, apesar de ter os seus valores nominais de cada byte mais baixos, pode agregar muitos mais IP em suas redes.

Isso faz com que um IP da classe A seja melhor do que o da classe C?

Posted By: Edgard Costa
Last Edit: 29 Jul 2009 @ 08:36 AM

EmailPermalinkComentários fechados em Luta de classes
Tags
 28 Jul 2009 @ 4:11 PM 

Há muitas. Mas uma delas dá conta de que a diferença racial se deveria ao fato de que o homem original africano, negro portanto, teria se “desfeito” de suas aberrações, como aliais era feito ainda na civilização romana, matando ou deixando ao acaso todos aqueles que nasciam fora do padrão.

Todos os filhos defeituosos eram simplesmente mortos ou, protegidos por seus pais, afastados do conjunto principal das civilizações, sendo que isto ainda é feito isto em algumas sociedades primitivas nos dias de hoje.

Uma destas “aberrações”, ou pessoas defeituosas portanto fora dos padrões, seriam os albinos. Por obra do acaso, um conjunto deles, expulsos de suas nações, teria procurado ao norte terras mais frias para viver, já que ao sul só havia mar. O que justifica isto é o fato de que a ausência de cor na pele, lhes conferia também uma menor proteção quanto a forte exposição solar das terras da África central.

A teoria, assim, determinaria que os homens brancos, evoluídos a partir dos albinos africanos, seriam na verdade refugo das civilizações originais negras africanas.

De alguma forma esta reportagem no Boston.com, confirma esta antiga teoria.

Se o Hitler acreditasse nisso…

Posted By: Edgard Costa
Last Edit: 28 Jul 2009 @ 04:30 PM

EmailPermalinkComentários fechados em Teorias
Tags

 Last 50 Posts
 Back
Change Theme...
  • Users » 2
  • Posts/Pages » 169
  • Comments » 27
Change Theme...
  • VoidVoid « Default
  • LifeLife
  • EarthEarth
  • WindWind
  • WaterWater
  • FireFire
  • LightLight

.eu



    No Child Pages.

Objetivo



    No Child Pages.