06 Ago 2009 @ 5:20 PM 

A distorção da formação de nossa compreensão da realidade, provocada pelo nosso envolvimento com a artificial civilização industrial, a que estamos inseridos, já chega a tal ponto, que somos capazes de fazer campanhas, e gastar dinheiro, em defesa de determinadas ideias, contra umas coisas e/ou a favor de outras, mas que ambas, na prática, são opiniões formadas em função de visões artificiais da realidade. Nada tem a ver com a nossa natureza humana, que se perde numa argumentação sem nexo.

Sei que esta é uma afirmação complexa e será de difícil demostração. Mas é isto que tentarei fazer a seguir. Sei que não conseguirei no âmbito deste postal. Serão ainda precisos muitos outros para demostrar com clareza, para resumi-lo em afirmações simples e objetivas. Mas é este, estudar esta afirmação, um dos principais propósitos deste blogue. Não chego agora a saber se a própria afirmação está bem formulada, mas para o propósito a que me destino neste momento, é suficiente.

Dinheiro é gasto em campanhas para que se deixe de comer carne animal e se passe a consumir somente vegetal. Ótimo. Não fossemos nós humanos, simultaneamente, carnívoros e herbívoros. A Antropologia nos ajuda a fazer esta última afirmação com um elevado grau de certeza.

Mas o caso que me chamou a atenção é uma exemplar ação de artificialidade civilizatória, pois carrega em sua mensagem diversas incoerências. Trata-se do caso da PETA (People for the Ethical Treatment of Animals).

Uma das principais mensagens desta ONG, com mais de dois milhões de membros e apoiantes, sendo mesmo a maior organização que trata dos direitos dos animais no mundo, segundo o seu site (http://www.peta.org), é extremamente simples: Não coma aninais, seja vegetariano!

Perfeito. Bonito. Poético. Só que nós somos animais (também) e carnívoros! E para que se defenda aquilo que para eles é importante, os animais, direcionam para os vegetais o voraz apetite dos humanos que tem dinheiro para se alimentar.

Ok. Compreensível mas… por que? Terão os animais a quem eles defendem os direitos, mais direitos que as plantas? Sendo ambos seres vivos domesticados para nossa satisfação alimentar, uns tem mais “direitos” que outros? Aplica-se aos animais ou as plantas a artificial noção de direito, acima das leis da natureza, sob o qual nos organizamos?

Acredito que as plantas tem sentimentos, como provou Cleve Bacster, e comprovaram os MithBusters, e que sentem inclusive dor. Neste caso onde estaria a diferença entre os animais e os vegetais?

A exploração do erotismo feminino nas campanhas da PETA, não serão também tão criticáveis quanto a possível exploração dos animais para satisfação de nossa necessidade básica como eles apresentam?

Questões as quais tentarei responder mais tarde. Mas, para já, uma visão de uma outra organização social, destas a que nossa artificial civilização está cheia, contra a atuação da PETA. Com a palavra, as feministas.

Não me manifesto nem contra nem a favor de um ou outro ponto de vista. Estou tão somente a ler as opiniões. Ambas me parecem artificiais. Vejo o próprio direito como uma artificialidade necessária.

Mas acredito que se a PETA utilizasse o dinheiro que gasta nas campanhas contra o uso da carne animal e em defesa dos vegetarianos, com a alimentação, vegetariana que seja, dos que para isto não tem dinheiro, prestariam um serviço melhor a sociedade do que a Playboy tem prestado.


Alicia Silverstone’s Sexy Veggie PSA
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Afinal ambos os argumentos, contra e a favor da utilização da carne animal na alimentação, são artificialidades inerentes a tal sociedade industrial que o Marcuse descreveu. E esta caríssima peça publicitária é mero marketing para vender mais alguma coisa para o consumidor. E fa-lo utilizando o erotismo, da mesma forma que a Kelloggs ou a HS. O objetivo é sempre o mesmo: vender necessidades que nós não temos.

A PATA, a PETA, a PITA, a POTA e a puta (que fique claro que não me refiro a Alicia, sendo isto só um trocadilho), tem todas o mesmo objetivo de vender alguma coisa pra gente.

Ok. O marxismo afundou-se nas experiências políticas do socialismo soviético, mas as boas ideias de justiça social devem ser resgatadas, preservadas e adaptadas a uma nova sociedade mais coerente. Só tentarei aqui dar o meu contributo para que isto aconteça.

Posted By: Edgard Costa
Last Edit: 06 Ago 2009 @ 10:03 PM

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