23 Nov 2009 @ 9:51 PM 

byteA inovação é como uma espécie de fantasma. Muita gente fala mas ninguém os vê. Ouve-se falar de quem viu, mas não nos conseguem mostra-los.

Na prática existem muitas medidas a serem tomadas de forma a enraizar a inovação nas pessoas comuns, de forma a que saibam operar com conceitos inovadores e compreendam o seu tempo de forma a poder transforma-lo no futuro.

E estas medidas devem ser tomadas com coragem política e social o mais rápido possível, vencendo o imobilismo causado pelo medo que a inovação provoca naqueles que se prendem ao passado como forma de manutenção de sua própria condição social, em detrimento da condição dos outros que vem depois deles.

E digo isto pensando em diversas classes profissionais, mas principalmente nos ligados ao ensino. De uma forma bastante marcante, e vejo isto nos meus quatro filhos, o conhecimento necessário a compreensão efetiva de nosso tempo, e do futuro imediato, demora muito tempo para chegar aos vulgares manuais escolares.

Estou a pensar numa conversa que tive com a mais nova aqui de casa, de 17, que apesar de dominar com fluência as noções de medidas abstratas de valores concretos como a distância, o peso e o volume, não tem uma ideia tão clara quanto a medida abstrata de um valor também abstrato como a medida da quantidade de informação. Sabe medir valores abstratos como o tempo mas não tem a necessidade de medir a luz, por exemplo, e isto é compreensível. Mas o byte é imprescindível compreender nos dias que correm.

Ela sabe perfeitamente bem o que é o metro, o quilo e o litro, para além das horas, minutos e segundos, mas só ouviu falar do que seja o byte. Não sabe que a vida prática dela em seu dia a dia, do telemóvel ao computador, da TV a cabo à Internet, é medida, e cobrada, em bytes. Não sabe qual a diferença entre um CD, um DVD e um BD (Blue-ray Disc, você sabe?), nem o que é comprimido pelo algorítimo de compressão que todos falam mas poucos sabem o que é, chamado de MP3.

Já fala em português, já arranha o inglês, mas nunca ouviu falar em Pascal, C ou Java. Nem sequer percebe que seu futuro passa necessariamente pelo domínio, nem que seja conceitual, destes conhecimentos. Não consegue imaginar que a solução industrial dos problemas sociais que se colocarão, e já se colocam hoje tanto ao capital quanto ao trabalho, num futuro muito próximo, já não serão resolvidos somente com o conhecimento embolorado de um passado muito, muito, recente.

E a capacidade industrial de um país passará obviamente pelo domínio destes conhecimentos por sua população.

Porém, quanto mais acompanho os estudos de minha jovem aprendiz, mais percebo que ela não deveria estar a estudar somente isto que estuda e que muito do que aprende já não tem quase utilização pratica.

É preciso inovar inclusive na educação, para se criar uma sociedade voltada para a inovação no futuro. Os conceitos básicos que já pertencem ao nosso tempo e que serão determinantes no futuro, tem inexoravelmente que ser absorvidos por nossa juventude. E falo como um brasileiro com nacionalidade portuguesa. É válido para os dois países.

Posted By: Edgard Costa
Last Edit: 14 Set 2010 @ 10:32 PM

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