Já disse aqui antes, que existe um blogue que me serve, ou serviu, de inspiração pra este aqui: o Bitaites do jornalista Marco Santos, do 24 Horas, que, excelente escritor, produz por vezes crónicas soberbas em seus postais.
Dia desses escreveu uma crónica muito boa mesmo (alguns leitores e comentaristas habituais, inclusive, disseram que talvez tivesse sido a melhor delas) onde ele expunha com maestria a frágil condição humana de um taxista que descrevia suas fantasias sexuais para ele, Marco. Ilustrando o postal, incluiu uma fotografia de uns senhores a babar por trás de um vidro, por uma stripteaser nua.
A foto chegou mesmo a dar título ao postal, onde o jornalista expunha, do taxista e dos mirões que observavam a mulher, uma engraçada, para não dizer ridícula, situação de admiração por aquilo que deveria ser a mais comuns das coisas para os homens: a nudez e o sexo feminino, não fossemos nós unicamente feitos para reproduzir e dar continuidade genética a nós próprios e a nossa espécie.
Mas, como todo o humano, o jornalista também erra. Dois ou três postais a seguir, colocou uma foto de umas meninas em biquínis de motivos ludopédicos, pintadas no soutien com umas bandeirinhas de países europeus, convidando aos leitores, aos quais chamou mirones, que são, segundo o dicionário, aqueles que, sem jogar, observam o andamento de um jogo ou mirão, a imaginar somente aquilo que estariam por trás das bandeirinhas. Isso num postal chamado “vamos lá puxar pela cabeça”, que bem poderia ser lido como puxar o coiso pela cabeça e mandar uma punheta com a mesma imaginação que aqueles da foto anterior utilizaram, imaginando-se agarrando as mamas da stripteaser, imaginando o formato de seu útero, pensando em sexo, enfim. Senti-me ofendido e demostrei isto ao dizer somente ver na realidade as bandeirinhas.
Bom, para encurtar a conversa: lá pelas tantas nos comentários do postal, senti-me no direito e no dever de dizer que achara aquele postal uma merda, com a mesma sinceridade com que elogiara a crónica anterior.
Até aí nada: um postal magnífico e comentários a condizer, um postal de merda e igualmente comentários a condizer. Mas o que me espantou, e que me motivou a escrever isto aqui, é que depois de elogiar o postal anterior não fui punido nem premiado porém, imediatamente depois de criticar o seguinte, fui banido do blogue do jornalista. Já não consigo aceder ao site desde minutos depois de ter feito a crítica, provavelmente banido por um dos muitos plugins do WordPress que o jornalista usa para se proteger de comentaristas mal humorados. Engraçado… 🙂
Faz-me lembrar as nefastas consequências que algumas pessoas públicas sofrem ao ter a coragem de dizer que aqueles que detêm o poder da formação da opinião pública, por vezes também erram e/ou jogam a favor de seus próprios interesses. E, o que para mim é pior, são corporativistas, defendendo a classe de todas as formas quando sentem-se ofendidos por algúem que ofende a outro jornalista, o que só me faz lembrar do fascismo. 🙂
PS: Por favor, entrem nos comentários para lerem o referido Marco “Bitaites” Santos dizer de sua justiça.
PS2: depois de um longo eclipse, já consigo chegar no Bitaites. O Marco empurrou a responsabilidade para os senhores lá da empresa que gere o servidor do Bitaites (quem bloqueava o meu acesso não era de um plugin mas de uma firewall) que, por sua vez empurraram o problema para o além. Disseram que havia realmente a possibilidade de alguém estar bloqueado, alguns até estavam, mas eu (o meu IP, quero dizer) não estava. Daí apagaram todos os registos de IP bloqueados e, milagrosamente, eu consegui entrar novamente. Eles lá disseram que procuraram e o meu IP não constava entre os que estavam impedidos de entrar mas, se depois de suprimidos todos os bloqueios, voltei a entrar, não foi por que um milagre aconteceu, mas sim por que eles não encontraram onde estava o bloqueio de meu IP e apagaram tudo pra ver se resolvia. Resolveu mas, tenho certeza, se é que eles sabem porque isto aconteceu, não quiseram dizer.
Mas uma justiça tem que ser feita: não fui bloqueado, acho, por ter dito que o tal postal era uma merda. Foi por outra merda qualquer…
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Banido do blogue? Não terá sido uma das minhas experiências a ver se ponho o Bad Behaviour a funcionar?
É inacreditável que tires essa conclusão. Absolutamente inacreditável. E se em vez de tirares essa conclusão me tivesses perguntado directamente através do formulário de contacto, não teria sido melhor? Desde quando uma crítica positiva me ofende?
Eu não uso de nenhum plugin para me proteger de comentaristas mal-humorados – desses trato eu pessoalmente. Os plugins são para os spammers…
Podes apagar este comentário depois de o leres, se quiseres. Não é público e não interessa a mais ninguém.
Olá Marco,
Como poderia ir ao formulário de contato se não consigo entrar no blog?!?! Sempre que tentei fazê-lo o browser, Firefox, diz que esta a se ligar, por muito tempo, e depois desiste. E isto ocorre também com o IE, Safari, Chrome …
Simplesmente não consigo lá ir. E isto desde que fiz o tal comentário, minutos depois. Nem cheguei a ver se havia alguma resposta lá. Se não for o meu IP que esteja bloqueado, não imagino o que mais possa ser.
Lembro-te que tenho mais de uma conexão à Internet e isto só ocorre com a que utilizo mais vezes e com a qual fiz o tal comentário. Se não fui banido, deve ser alguma obra do Espirito Santo.
Abraços.
“Desde quando uma crítica positiva me ofende?”
Não foi isto o que eu disse! Disse sim que teria se ofendido com o fato de eu dizer que o postal era uma merda, que é tudo menos positivo.
Mais facilmente seria obra do Espírito Santo do que obra minha. Banir-te por causa de uma crítica? Só apago mensagens dos idiotas e malcriados e obtusamente ofensivos, nunca cheguei a banir individualmente ninguém e já tenho o blogue quase há cinco anos. Não fiz nada no blogue que provocasse essa situação, à excepção de testes com o plugin que obviamente não tinha nada a ver contigo ou qualquer outra pessoa.
Sinceramente é bastante ofensivo pensares isso. Se tens mais de uma ligação à Web e se o “bloqueio” só ocorre com uma delas, como disseste, por que razão não usaste a outra para me contactar?
«Uma merda» vinda de ti não tem a mesma conotação do que «uma merda» vinda de um pára-quedista qualquer.
E se eu me tivesse ofendido, o que te leva a pensar que o meu procedimento seria banir-te? Achas que a minha resposta às tuas ofensas seria o silêncio que reservo a quem cai ali de pára-quedas e só deseja incendiar? Ou não me fazes a cortesia de pensar que te responderia da mesma forma directa com que comentaste? Ofendido estou eu agora!
“Se tens mais de uma ligação à Web e se o “bloqueio” só ocorre com uma delas, como disseste, por que razão não usaste a outra para me contactar?”
Porque não vou me levantar de meu confortável sofá e ir ao servidor no escritório somente para comentar no Bitaites. Ainda não tens este prestígio todo aqui em casa. E se percebi que com o que utilizo sempre já lá não chego , deve ser para lá não ir, tenha isto sido feito por você ou outra coisa qualquer .
Sei que lá não chego, e por isto não vou. É simples.
E se queres saber… Continuo a não conseguir entrar. E isto começou a ocorrer exatamente a seguir ao último comentário que fiz, permanece até agora e só acontece no Bitaites! O que quer que eu conclua? Se não é o meu IP que está bloqueado, deve ser má vontade do meu computador, talvez? 🙂
Edgard, isto não é uma questão de prestígio. É ter o cuidado de tirar dúvidas com uma pessoa antes de fazer acusações publicamente. Só isso. E continuo a dizer: não há nada que eu tenha feito no blogue para provocar esta situação. Dizer que fiz um post de merda põe em causa um momento meu.
Dizer que te bani por causa disso põe em causa o meu carácter. E isso é que já não aceito.
P.S. – Tenho uma firewall a funcionar com o WordPress há séculos. Talvez seja isso. Vou desligar temporariamente. Mas digo-te desde já: não lhe mexi em nada e não compreendo (se for essa a razão) porque de um momento para o outro ela te bloqueou – se é que bloqueou, não faço ideia.
Começo a ficar cansado desta conversa, Edgard. Dizer que o meu post é uma merda não me afecta nada – não no sentido em que estás a dar a entender. Deixa-me alerta, mas não me ofende.
E mesmo se me afectasse respondia-te de forma directa, sem subterfúgios nem jogadas baixas – é o que estou aqui a fazer.
E quando escrevi «deixa-me alerta» não é em alerta sobre o que poderás comentar a seguir, mas sobre o que eu escreverei a seguir. Agora sinto-me na necessidade de esclarecer cada coisa que escrevo aqui, porque estou realmente lixado com o que tu escreveste. Quanto mais leio o post, mais lixado fico. O título e o último parágrafo são profundamente injustos, Edgard. Falta de humildade? Fascismo? E consegues dizer isso tudo sem te levantares da confortável cadeira e ires ao escritório saber o que eu tenho a dizer sobre isso?
Como disse, são coisas que me vieram a cabeça e que vieram lá na hora quando estava a comentar. Disse-o lá, não modifico meu ponto de vista aqui para defender nada agora. O corporativismo me lembra o fascismo, e vejo no “acordo” da imprensa internacional em criticar em uníssono aos que se atrevem a critica-la, como uma forma de corporativismo. E foi disso que me lembrei. Estava a pensar no MJ e nos motivos que te levariam a tão facilmente ignorar o gajo. Conjugados, corporativismo e o que me pareceu (parece) ser um bloqueio, lembraram-me do fascismo, numa associação rápida de ideias.
Humildade porque, ao me parecer muito conveniente o meu casual bloqueio exatamente na hora em que faço um, e acho que primeiro, comentário tão objetivamente negativo, pareceu-me ser um exemplo de pouca humildade.
Já agora me responda, sff: acha aquele postal uma merda ou não? Até agora ainda não reparei na tua opinião sobre ele. Tens autocrítica? Leste o que escrevi antes sobre a humildade do saxofonista? Percebeste que considero a humilde autocritica um factor fundamental no processo de crescimento profissional e intelectual? E que faço isto tudo a partir de meu confortável sofá na sala de casa que fica a uns bons 30 passos do escritório. Se para comentar no Bitaites, tantas vezes quanto fazia antes, precisasse percorrer este caminho ida e volta, transformar-me-ia num maratonista. 🙂
Abraços.
Não achei o post grande coisa. Reflecte o que estava a sentir na altura, o momento da altura. Preguiça para fazer qualquer outra coisa, saiu aquilo, brincadeira inócua e inconsequente. E sim, tenho autocrítica. Sem ela o blogue já teria acabado.
Quanto ao bloqueio ele não existiu, por mais que insistas em falar de conveniências temporais…
Ok. Pode não ter havido um bloqueio intencional. Mas que eu estou bloqueado desde que fiz aquele comentário, estou. E enquanto se mantiver esta situação, e com imenso pesar, não posso ir lá no Bitaites nem para ler, nem para comentar. A não ser tendo que me levantar de onde estou, a toda hora para isto,
(Brincadeira) Dizer somente que uma merda de um postal, que ofende aos teus leitores mais atentos, “não é grande coisa”, já se aproxima do que compreendo ser humildade. Mas só se aproxima. 🙂
Discordo do tempo verbal, Edgard. Não existiu bloqueio intencional. Não é «pode não ter havido». É não existiu. E como te disse, estou um bocado cansado disto. E ofendido contigo porque foste precipitado na avaliação que fizeste e deixaste o meu carácter à mercê de uma coincidência. Com trinta passos tinhas enviado um email a perguntar-me o que se passava. Eu atribui a tua ausência no blogue ao facto de estares a escrever um livro. Pensei que andavas muito ocupado. Afinal tinha-te bloqueado.
À conta disto desactivei a firewall do WordPress. Se mesmo assim continuas a não entrar, declaro-me incapaz de resolver o problema.
Quando tento entrar no Bitaites, mesmo depois de teres desligado a firewall, depois de muita espera, recebo a seguinte mensagem:
“A ligação excedeu o tempo
O servidor bitaites.org está a demorar demasiado tempo a responder.
* O sítio pode estar temporariamente indisponível ou demasiado ocupado. Tente novamente dentro de alguns momentos.
* Se não conseguir visualizar nenhuma página, verifique a ligação do seu computador à rede.
* Se o seu computador ou rede estão protegidos por uma firewall ou um proxy, verifique se o Firefox tem permissão de acesso à Internet.”
E isto acontece em qualquer computador que eu tente utilizar para ligar através da ZON. Seja o meu, com Fedora, ou o de minha esposa, p.ex, que tem o XP. Através da MEO, ou com a ZON e um proxy internacional, não há problema. O que indica que o que está bloqueado é mesmo o meu IP fixo da ZON. E o problema é dai e aconteceu imediatamente a seguir ao último comentário que fiz.
Se culpei um plugin, não disse que a culpa era tua. Quem deveria ficar ofendido era o WordPress. Pelo que sei, você ainda não utiliza plugins (ou tens alguma prótese de silicone?) 🙂