22 Jul 2009 @ 5:34 PM 

Brilhante e precisa a abordagem do Paulo Bento, ao final do jogo com o Guimarães, a cerca da atuação do, em minha opinião, péssimo jogador de futebol chamado Miguel Veloso. Irritadamente tranquilo o técnico leonino conseguiu resumir com segura direção, que o que importa durante todo um jogo de futebol é o interesse que um jogador mostre ter em vencer, e somente isto, sem nunca desviar a sua atenção para outras coisas. Nem que sejam, estas coisas, para pensar se o cabelo está despenteado, ou se a meia está desarrumada (lembrando-me do golo de Thierry Henry contra o Brasil na último mundial de seleções). E isto tudo a falar, sobretudo no flash interview, sem gaguejar.

Posted By: Edgard Costa
Last Edit: 22 Jul 2009 @ 05:39 PM

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 20 Jul 2009 @ 4:27 PM 

Matt Dusk - Two ShotsComigo funcionou. A rádio, quando comecei a trabalhar com música, em 1977, era o principal meio de divulgação dos artistas e de seus trabalhos. A TV ainda não tinha tanta força. Ouvia-se na rádio e com esta memória auditiva ia-se a loja de discos e por vezes, sem saber o nome nem da música nem do artista, cantávamos o trecho que lembrávamos, por vezes somente um forte refrão, e o lojista lá encontrava o música que queríamos. Quando era de um artista já consagrado, ficava evidentemente mais fácil.

Hoje em dia, com a TV e canais especializados em diversos tipos de música, a escolha e memorização do produto que sentimo-nos impelidos a comprar é simples pela visualização do nome do artista.

Mas comigo, na quinta-feira da semana passada, a coisa quase que se passa como antigamente. Ouvi no carro, na rádio Marginal, uma interpretação muito interessante de Please Please Me, dos Beatles. Esperei o final da música seguinte, que tocou diretamente a seguir a que gostei, para saber que o nome do artista era Matt sei lá das quantas.

Digo que foi quase como antigamente por diversas razões. O que me motivou a ir procurar a canção foi a mesma rádio mas as semelhanças temporais acabaram por aí. Já não fui a loja de discos. Primeiro procurei no Google por “Please Please Me Matt”. Encontrei fácil que o nome do artista era Matt Dusk. No resultado da pesquisa já havia a informação inclusive de vídeos para que eu pudesse conhecer o artista.

Para minha decepção o vídeo não poderia passar para Portugal, por questões de direito de autor! Se me lembro bem isto só acontecera uma vez antes comigo. Mas descobri também na pesquisa que o disco onde esta música se inseria chamava-se Two Shots. Imediatamente o procurei no site da Fnac, pois tenho uma mesmo aqui ao pé. Nada. Encontrei a venda em MP3 na Amazon.com. Procurei na Amazon.co.uk, onde compro normalmente. E lá estava ele. Encomendei, na quinta-feira, e hoje, o Matt Dusk já cá canta a sua sublime interpretação de Please Please Me, para além de outras ótimas interpretações deste puto com voz de gente grande em seu excelente cd Two Shots.

Posted By: Edgard Costa
Last Edit: 21 Jul 2009 @ 10:23 AM

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 18 Jul 2009 @ 4:28 PM 

Janet e Michal Jackson juntos na abertura do clip Scream.24 de Fevereiro de 1993, cerimónia da entrega dos 35º Grammy. Janet Jackson introduz a apresentação do Grammy para lendas deste ano, seu irmão Mickel Jackson. Depois de uma revisão da brilhante carreira até então, como se aquilo fosse um manual de como se tornar uma lenda, Janet chama seu irmão que entra no palco aplaudido de pé por toda a indústria, inclusive por monstros sagrados da música, como Eric Clapton, e atira com o seguinte discurso:

“Bem… eu também te amo. – respondendo a irmã e a pessoas no plateia que gritavam “Michal I love you” – Obrigado, Espero que isto acabe definitivamente com outro rumor que está na imprensa a muitos anos. – Chama a irmã, abraça-a e sorrindo diz – Janet e eu somos realmente duas pessoas diferentes.” – E ri-se francamente, de uma piada em privado. E segue seu discurso:

“No último mês passei de “onde ele está?” para “ei-lo novamente” – risos na plateia – Mas eu preciso confessar que é bom ser tratado como uma pessoa, e não como uma personalidade. Não leio tudo o que escrevem sobre mim. Eu não sabia que o mundo me achava tão estranho e bizarro. Mas quem cresce diante de 100 milhões de pessoas desde os cinco anos de idade, é automaticamente diferente. Nas últimas semanas, eu me purifiquei. Foi um renascimento. – referindo-se a entrevista dada a Oprah Winfrey onde ele revelara muitos dos absurdos que diziam a seu respeito, incluindo a revelação de que contraíra uma doença de pelo, o vitiligo, que o manchara todo de partes mais claras e que isto não significava a negação de sua origem racial, mas sim uma doença – Purifiquei o espírito. Também amo vocês. – novamente respondendo a gritos da plateia – Eu não tive infância alguma. Não havia Natal, aniversários, não foi uma infância normal. Os prazeres da infância foram trocados por trabalho, luta e dor e um eventual sucesso material e profissional. O preço e não poder recriar essa parte da vida, nem eu trocaria nenhuma parte dela. Quando crio uma música hoje, sinto-me um instrumento da Natureza. Que prazer sente a Natureza quando expressamos o talento que Deus nos deu. O som de aprovação ecoa em todo o Universo e o mundo se enche de magia. Nosso coração fica maravilhado quando vislumbramos a alegria da vida. É por isso que adoro crianças e aprendo tanto com elas. – Porque são inocentes, ainda isentas de maldades, diria eu – Percebo que a maioria dos problemas do mundo de hoje, da criminalidade urbana às guerras e terrorismo, e as prisões superlotadas, resulta do fato das crianças terem sua infância roubada. A magia, o mistério e a inocência do coração de uma criança são as sementes de criatividade que vão curar o mundo. – Heal the world, nome de uma de suas músicas obrigatórias em todas as apresentações ao vivo. – Creio realmente nisso. – Aplausos. – Também amo vocês. – Depois de mais gritos da plateia – Temos muito o que aprender com as crianças. São o nosso elo com a sabedoria mais profunda que está sempre presente. – Elo com a real Natureza Humana, ainda sem os artifícios da civilização. – Sabem o caminho para soluções que estão em nossos corações. Quero agradecer a todas as crianças do mundo inclusive aos pobres e doentes. Sua dor me sensibiliza muito. Agradeço também a todos que me ajudaram a canalizar meu talento. De início aos meus pais, todos os meus irmãos e irmãs, especialmente a Janet. Tenho tanto orgulho dela. Quando pequenos, ela era a Ginger Rogers, e eu, Fred Astaire. – E depois segue com os agradecimentos de praxe a todos da indústria discográfica que o ajudaram em sua carreira e fizeram de seu último disco Dangerous um sucesso, sei esquecer daquele a que chamou de “maravilhoso Quincy Jones, que produzira os seus discos anteriores mas não este último e a todos os fãs no mundo. – Eu amo vocês todos”.

Depois disto foi o que se viu. Um descalabro onde disseram que ele “amava” tanto as crianças, que até dormia com elas. O que era verdade: como ele admitiu algumas crianças dormiam em seu rancho de diversões, Neverland. Mas ninguém conseguiu ver isto com inocência. A conotação sexual de um artista que francamente mostrava ter problemas com a própria sexualidade (ver-se-ia um anjo?) destruiu sua carreira, seu discurso, sua História.

Tenta-se agora, com sua morte, rever e recuperar algum do respeito que conseguiu reunir ao longo da carreira. Espera-se que mais uma vez seja a primeira impressão que perdure e não a impressão que aquela mesma imprensa que ele tantas vezes criticara fez questão de criar. Fizeram questão de criar uma anti-moda Michael Jackson. Tornaram vergonhoso admirar, falar bem, gostar de sua música, embora nunca se tivesse provado nada, na Justiça, contra ele.

Se ele errou? Claro, todos nós erramos. E o seu maior erro foi desafiar a imprensa, preferindo tomar chá na mesma xícara com seu macaco, o famoso Bubble, do que sentar-se ao lado de qualquer jornalista. Nunca o perdoaram. Nem aqueles a que ele mandou irem se foder em Leave me Alone, nem nenhum outro, em parte alguma do mundo, que hoje, não conseguem ver que ele realmente foi um Artista tremendamente talentoso e tudo fez em sua vida para entreter as pessoas e dar alguma felicidade, com raras exceções. Louvável.

Continuar a dizer que Michael e Janet eram a mesma pessoa, ao ponto deles terem de fazer juntos o fantástico clip da música Scream, para mais uma vez provar o contrário e mostrar que eram capazes se fazer as mesmas coisas, como passes de dança quase impossíveis, como levantarem-se do chão da posição de joelhos para a de pé, juntos, continuar a dizer isto, para quem tem a obrigação de informar e de ter o conhecimento de momentos como este, ou este, é nó mínimo perversos. Muito maldoso. Vende jornais, é certo, mas aproveita-se da ignorância das pessoas para fazê-lo. Logo aqueles que deveriam ter a nobre função de informar. Podres jornalistas que ajudam a criar a nossa artificial civilização, por vezes sem escrúpulos, com mentiras. Como acreditar nestes rebentos da marafona?

Michael e Janet noutra cena do clip ScreamDos risos sinceros vistos nas imagens do discurso que encontrei no YouTube em 1993, a imagem de desespero expressa na foto do clip de Scream, música feita em 1995 já depois das acusações de abuso sexual das mesmas crianças que ele aqui dizia amar, e das insistentes afirmações de que Michael e Janet eram as mesmas pessoas, vai uma distância incrível e demostra o assassinato que foi cometido a carreira e, antes de mais nada, a ambas as pessoas. Primeiro Michael, depois Janet, com aquele infeliz episódio com Justin Timberlake. Nunca mais os vimos com tanto vigor depois daquele fabuloso clip.

Tento entender o porque crucificamos todos os ídolos que nós próprios criamos. Por que?

Aqui o fabuloso clip de Scream. A letra traduzida pode ser encontrada aqui. Clique em “Menu” para escolher outro vídeo de Michael Jackson.

Posted By: Edgard Costa
Last Edit: 23 Set 2010 @ 10:55 PM

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 17 Jul 2009 @ 9:52 AM 

Musicalmente fabuloso, a maior mensagem que pude captar do grande espetáculo que ontem assisti, Branford Marsalis e a Orquestra Metropolitana de Lisboa, regida por Cesário Costa, tocando músicas de Heitor Villa-Lobos, entre outros, mais eu dizia, a maior mensagem que captei, e pude transmitir ao meu filho mais velho, foi uma clara mensagem de humildade.

Pois estava alí, diante de nossos olhos um dos maiores saxofonistas do mundo. Depois de uma primeira música, de um excelente compositor brasileiro, Camargo Guarnieri, não tão conhecido quanto Villa-Lobos, mas que já me surpreendeu, entrou o Brandford Marsalis para tocar os três movimentos, sem partitura, ao estilo jazz, as Fantasias para saxofone, do Villa-Lobos, de uma forma sublime. Seguiu-se a sua interpretação da Aria da Bachiana Brasileiras nº5 (*), obra-prima, a qual eu já havia ouvido em diversas interpretações, ao vivo e gravadas, inclusive com a própria Maria Lúcia Godoy ao vivo no Teatro Municipal no Rio, mas que, pelo momento, pela música, por quem a tocava e, sobretudo, a forma respeitosa que tocava, me levou às lágrimas.

Mas a mensagem veio a seguir. Depois de um pequeno intervalo para reorganização do espaço para um formato de orquestra de câmara, os músicos entraram e se sentaram a espera do maestro. Entre eles, e no meio da orquestra estava sentadinho o Branford Marsalis. Meu filho não havia dado por ele, a não ser quando começou a tocar. Ao final da peça, depois dos aplausos dados a peça, o maestro Cesário Costa saiu do palco e todos os músicos permaneceram sentados. Inclusive, e a exemplo de todos os outros o próprio Marsalis. Foi preciso o maestro voltar a sala e apontar para o centro da orquestra, para que Branford Marsalis se levantasse e recebesse a sua parcela, exclusiva digamos assim, de aplauso, o qual não o fez sem antes pedir que todos se levantassem junto com ele. Naquele momento ele não era a mesma estrela que tocara a frente da orquestra, como fizera até então, mas apenas mais um dos músicos daquele conjunto que tocara com brilhantismo.

Imediatamente pude dizer ao meu filho: -”Humildade. Uma das características comuns a todos os melhores do mundo em sua espécie. As pessoas tem que saber que ainda há o que aprender e melhorar sempre, para que possam continuar a subir, independente da idade que tenham. O dia em que as pessoas se convencem de que são as “melhores do mundo” em seja lá o que for, começam imediatamente a entrar em declínio.”

É preciso, antes de mais nada, humildade para se chegar onde aquele senhor chegou, para além, é claro, de horas e mais horas de treino e estudo, as quais sem humildade é muito difícil suportar.

PS: Ontem ainda assisti a um grande filme chamado It’s a Free World

(*)Uma brilhante interpretação de Amel Brahim, e aqui abaixo a letra, de Ruth Valadares Corrêa, que foi quem interpretou-a pela primeira vez:

Tarde uma nuvem rósea lenta e transparente.
Sobre o espaço, sonhadora e bela!
Surge no infinito a lua docemente,
Enfeitando a tarde, qual meiga donzela
Que se apresta e a linda sonhadoramente,
Em anseios d’alma para ficar bela
Grita ao céu e a terra toda a Natureza!
Cala a passarada aos seus tristes queixumes
E reflete o mar toda a Sua riqueza…
Suave a luz da lua desperta agora
A cruel saudade que ri e chora!
Tarde uma nuvem rósea lenta e transparente
Sobre o espaço, sonhadora e bela!

Todo o trecho em bold (negrito) é cantado em uma só nota, descobrindo-se de onde o Tom Jobim tirava algumas ideias. 🙂

Posted By: Edgard Costa
Last Edit: 17 Jul 2009 @ 10:45 PM

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 16 Jul 2009 @ 3:41 PM 

O pior de nós próprios se encontra nos momentos em que forjamos as nossas sensações, as nossas emoções. Não, não falo dos atores que interpretam as emoções dos personagens, que tão melhor o faz quanto mais convincente se torna a interpretação, quanto mais verdadeiramente caraterizam o personagem, emprestando-lhe realidade. Não, não falo disso, pois vejo neste tipo de atuação uma arte

Falo da interpretação de segunda que por vezes fazemos de nossas próprias sensações. Das interpretações foleiras que fazemos daquilo a que imaginamos que deveríamos ser, ou que gostaríamos de ser. Pior ainda quando interpretamos um personagem online, que diz e age em função daquilo a que imaginamos que nossa plateia gostaria que que fossemos, quando dizemos aquilo a que imaginamos que nos esperam falar. Daí somos o pior que há. Somos uma espécie de zumbis vivos que fingimos ser alguma coisa que na realidade não existe. Mero fruto de nossa imaginação que atua em função daquilo a que imaginamos que queiram que nós fossemos.

E isto acontece na dia a dia, com as pessoas comuns, mas sobretudo com duas espécies de artistas cotidianos: com as estrelas da música pop e com os políticos. É deprimente.

Posted By: Edgard Costa
Last Edit: 16 Jul 2009 @ 11:50 PM

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Planos

 
 15 Jul 2009 @ 6:53 PM 

Estou a estudar, muito. Estou a escrever um livro, mais um. Mas este é próximo daquilo a que venho me preparando para escrever já há muitos anos. Estou a estudar os personagens, são complexos, fora dos padrões da normalidade humana, como são os personagens… Está a dar um trabalho interessante. Mais nada posso falar. Mas acho que está a ficar bom. Veremos… ou antes, leremos…

Posted By: Edgard Costa
Last Edit: 15 Jul 2009 @ 06:53 PM

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 10 Jul 2009 @ 11:47 PM 

Branford MarsalisDiz lá no site do CCB:

“Considerado por muitos como o maior compositor do continente americano, Heitor Villa-Lobos compôs cerca de mil obras e reformulou o conceito brasileiro de nacionalismo musical, tornando-se o seu maior expoente.
Marsalis Brasilianos é uma feliz homenagem à música de Heitor Villa-Lobos, revisitada pela Orquestra Metropolitana de Lisboa e por um dos mais conceituados saxofonistas do mundo, Branford Marsalis, que aqui revela a sua versatilidade enquanto instrumentista.
Este concerto que é também uma justa homenagem aos 50 anos da morte do compositor brasileiro, apresenta uma viagem através da sua vasta obra, que, para além das muito conhecidas Bachianas Brasileiras, se estende por choros, sinfonias, óperas e peças para cinema.”

Por vezes coisas de outro mundo acontecem por aqui. E eu não posso perder isto. Meus ingressos já cá cantam!

Posted By: Edgard Costa
Last Edit: 12 Jul 2009 @ 04:27 PM

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 10 Jul 2009 @ 7:29 PM 

Éramos mais felizesQue saudades que eu tenho da idade da pedra. A única informação multimédia que tínhamos eram desenhadas nas paredes das cavernas. Nada sabíamos nem dos felizes contratos dos privilegiados, nem das infelizes desgraças alheiras. Mantinha-nos ocupados somente com a preservação de nossas próprias vidas e para isto necessariamente tínhamos que cuidar do meio ambiente que nos cabia. Sabíamos que se fossemos nos manifestar em passeata contra os leões que comeram nosso avô, seríamos todos comidos também. Tínhamos o direito de ficar quieto no fundo da caverna, a espera que nenhum outro animal resolvesse fazer-nos de janta. O líder era o mais velho experiente e não o mais novo graduado. Não existiam advogados, nem casamento, nem testemunhas. Acho que éramos mais feliz.

Posted By: Edgard Costa
Last Edit: 10 Jul 2009 @ 07:38 PM

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 05 Jul 2009 @ 1:13 PM 

Dra. Ana Jorge, ministra da saúde de PortugalFalar mal. Sim temos este direito, bem como temos o de falar bem. Mas não vejo tantos a falar bem como os vejo a falar mal! E por justiça tenho que vir aqui falar muito bem da ministra da saúde portuguesa, Ana Jorge, pela exemplar atuação no desenvolvimento das notícias no que diz respeito a evolução da gripe A em Portugal. A cada novo caso vejo-a cumprindo um papel preciso de informar, tranquilizar e mostrar a realidade sem enfeites. Brilhante, para além de muito mais importante, inusitado e notório do que qualquer corno que outro ministro possa fazer.

Gostaria de ver a sua foto tranquila estampada nas primeiras páginas de todos os jornais. Em outras palavras: gostaria que esta atuação da ministra rendesse muitos mais votos do que aqueles que por ventura foram perdidos com a atuação de ex-ministro da Economia. Gostaria de ver pelo menos uma pequena menção, na Assembleia da Republica, vinda da boca de um opositor qualquer. Antes os ouviremos achar um motivo qualquer para falar mal. Tem este direito… fazer o que?

Posted By: Edgard Costa
Last Edit: 06 Jul 2009 @ 11:09 AM

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 04 Jul 2009 @ 11:06 AM 

Nos ensinam. Todos os dias, por todos os meios, sobretudo na TV. Mas nos ensinam. Fazem-nos crer que a melhor solução para todas as situações é sermos hipócritas, artificiais, irreais, imaginários.

Um dia, para voltar a ser felizes, teremos que retornar a barbárie onde, quando queríamos uma coisa que não tivéssemos, manifestaríamos nosso desejo com espontaneidade, e faríamos o que estivesse ao nosso alcance para satisfaze-lo. Caso não estivesse ao nosso alcance, desenvolveríamos um método para conseguir atingir nosso objetivo. A este método, verificado, chamamos Ciência, difundido, chamamos Cultura. Isto é uma lei da Natureza e ocorre em todas as espécies animais.

Quiséssemos nos alimentar e transformaríamos a natureza de forma a tirar o melhor proveito disso para este fim. Mas sem destruí-la ou nos apropriarmos dela, para que ela continuasse a dar seus frutos incólume e disso tiraríamos partido no futuro, todos nós.

Quiséssemos demonstrar carinho e afagaríamos os cabelos de uma criança, sem temermos que estivéssemos a ser observados, o que nos podeira custar uma acusação de pedofilia pelos inimigos.

Quiséssemos amar uma pessoa e diríamos isto francamente, envergonhados talvez, mas nunca temerosos de sermos processados por assédio sexual.

Quiséssemos dar a nossa opinião e a daríamos com paixão, sem temer os argumentos contrários como se estes colocassem em causa a nossa integridade, sanidade, cultura ou inteligência.

Quiséssemos trabalhar para obtermos a nossa vida e o faríamos com prazer, sem verificar a todo o minuto que o maior benefício que proporcionamos com nosso trabalho não é para nossa família, mas para a família daqueles que a única coisa que tem a mais que nós é dinheiro. Isto explode em nossos olhos pelo brilho dos bens iconográficos, aos quais somente alguns tem acesso, e que são obrigatoriamente utilizados por aqueles que precisam demonstrar o seu sucesso financeiro. Sabedores que a obtenção deste sucesso demostrado nas joias, quase sempre é feito de forma irregular, ilegal ou recorrendo a batota e a exploração, faz-nos mesmo muito infelizes.

Quiséssemos sermos nós próprios e o faríamos com orgulho, sem tentarmos nos transformar num ícone de aparência pré estabelecida criada por padrões discutíveis.

Mas não. Nos ensinam, todos os dias, na TV, nos jornais, nas escolas, nos blogues, nas conversas com as pessoas, nas declarações daqueles que deveriam estar a defender os nossos interesses, que mais vale a vitória de um argumento, do que a prevalência de uma boa ideia. Vejo-os a utilizar a palavra, mesmo que baseados em falsidades ideológicas ou fatuais, ou falcatruas, somente para vencer o que deveria ser um debate. Como se nossa sobrevivência se perpetuasse com palavras.

Há aqueles que trabalham, é certo. Há aqueles que dedicam seu tempo a consolidar e a desenvolver o nosso conhecimento, afim de transforma-lo em benefícios práticos para todos nós. Há, tenho certeza que há, e não se trata de nenhuma miragem ou esperança. Só que estes, por não aparecerem na TV, ou noutros sítios, em posição de destaque, fazem-nos sentir que afinal realmente não existem, não passam de objetos de nossa ingenua imaginação.

Actualização: Querem um exemplo de ação contra algumas das coisas que aqui apontei, descoberto depois que escrevi isto aqui. Aconselho vivamente a visualização e promoçãpo do vídeo que lá se encontra.: http://www.earth-condominium.com/

Posted By: Edgard Costa
Last Edit: 04 Jul 2009 @ 02:16 PM

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