É um dia em que gosto de pensar em minha querida e saudosa mãe. Gosto de lembrar de minha infância. Gosto de avaliar o ano que passou e de olhar para as pessoas com olhos de ver. Lembrar de tudo e de todos. E desejar a todos, sem excepção, que sejam felizes em suas vidas e que atinjam seus desejos, seus sonhos, sempre com ética esteja claro.
E gosto, sobretudo, de ir para a cozinha fazer muitas coisas para proporcionar aos meus filhos parte do carinho que ela dedicava a mim e a meu irmão. Obrigado mãe, deste-me carinho de sobra que partilho com os outros até hoje.
Eu soube, através de um telegrama (alguém ainda usa telegramas!?!?) que me chegou por engano, que os gajos do Wikileaks descobriram um documento com a receita dos Pastéis de Belém, e que irão (*) divulga-la nos próximos dias. Fiquem atentos.
Soube também, no mesmo telegrama, que a custa disso, irão abrir uma filial em Israel, na cidade com o mesmo nome dos pasteis, e que aparecerão documentos manuscritos provenientes do Mar Morto, comprovando que aquela receita já era feita pela família da mulher do Abraão há pelo menos 3.000 anos!
(*) este verbo já me provoca medo, imaginando que quem procure por Wikileaks e Irão no Google, chegue a minha piada e me imagine um terrorista ou um banqueiro, que são mais ou menos a mesma coisa.
Obs: Depois descobri que esta piada já havia sido contada aqui, neste excelente blog.
Quando a este conceito abstrato, estou com Kafka quando este diz:
“A verdade é aquilo que todo o homem precisa para viver e que ele não pode obter nem adquirir de ninguém. Todo o homem deve extraí-la sempre nova do seu próprio íntimo, caso contrário ele arruína-se. Viver sem verdade é impossível. A verdade é talvez a própria vida.”
Só acrescentaria que ela, a verdade, é para ser indiscutivelmente vivida, mas que ela não é, absolutamente, para ser sempre dita só pelo fato de ser verdade, disto não tenho a menos dúvida. O crime está em distorce-la, obstrui-la e/ou, conscientemente, transforma-la, mas nunca em guarda-la para si pelo simples fato de que não precisa ser dita.
Nestes absurdos dias marcados pelo Wikileaks, é só o que tenho a dizer.