Não há mais espaço em nosso mundo para o que hoje se viu nos dois jogos da Copa do Mundo. É, e sempre será, preciso fazer prevalecer a verdade em primeiro lugar e o desenvolvimento tecnológico humano foi feito, na maior parte das vezes, exatamente para que isto pudesse acontecer. Não aceitar isto é não aceitar a procura pela verdade, obra essencial da nossa ciência.
A não validação de um gol claro da Inglaterra e a validação de um gol evidentemente feito em desacordo com as regras do jogo pela Argentina, sem que isto seja objeto de avaliação mais precisa, é simplesmente ridículo nos dias que correm.
Se há anos atrás a Inglaterra poderia fazer um gol inválido à Alemanha na final de uma Copa do Mundo, isto seria visto por “apenas” algumas pessoas que estavam no estádio, presumindo-se que a equipe de arbitragem realmente não foi capaz de ajuizar bem a ocorrência, aceita-se que muitas outras pessoas também não tenham sido capazes de faze-lo. Porém, naquela época, 1966, não havia a tecnologia que hoje existe e a verificação online de um acontecimento era mesmo impossível.
Mas hoje não. Temos tudo o que ocorre no campo gravado por diversas câmaras de TV, de altíssima qualidade, e é inadmissível que não se recorra a este recurso para fazer valer a verdade. Numa época em que a verdade era aquilo a que os governantes queriam que fosse, até se aceita que o futebol pudesse pisar na verdade fez por outra. Mas hoje, com milhões de pessoas vendo que aquilo que é validado é fora da lei do jogo, passa a ser um caso tremendamente pobre, num desporto que movimenta milhões de dólares no mundo todo.
Não! Absolutamente não aos gols de mão ou em impedimento ou a invalidação do gols limpos, por que o homem tem limites reais de interpretação dos fatos. Nós já criamos muita tecnologia para corrigir esta nossa deficiência e não aceitar utilizar isto a bem da verdade é retrógrado e ridículo.
Da obra artística do ser humano o que mais admiro é quando ele consegue resumir com simplicidade, e estética, aspectos de nossa vida, por mais complexos que eles sejam. A imagem mais forte que exemplifica o que estou a tentar dizer, é a imagem da cabeça de um touro, e de tudo o que isto representa na alma do povo de Espanha, formada com o assento e o guidão de uma bicicleta, por Pablo Picasso.
Isto para dizer que no último sábado (19/06/2010) estive a conversa com uma dessas pessoas que conseguem reunir, no caso em palavras, ideias que abrem espaço na imaginação à diversas imagens. E com poucas palavras. Um génio que consegue no espaço de uma letra de música falar de aspectos primários da alma de todos os homens com simplicidade e beleza estética, rítmica e métrica.
Mas o melhor que tudo: estive a conversa com meu amigo e compadre Ronaldo Bastos (na foto saindo de dentro da cabeça de meu filho mais velho, do qual é padrinho, fotografado pelo filho mais novo), na mesa da cozinha de minha casa, o que para além de tudo, é uma honra incomensurável. Falamos muito, sobre muitas coisas, tentando fazer o pouco tempo esticar-se, relativizando-o em função da quantidade de coisas que haviam para serem ditas depois de décadas sem estarmos um frente ao outro.
Falamos de música, da História recente da Música Popular Brasileira, da qual ele é um célebre personagem, falamos de arte, de artistas, da Nana Caymmi, do Cafi, dos Rolling Stones e de outras pedras rolando, de Galileu, de Joaquin Rodrigo e do Federico Garcia Lorca (sim Ronaldo, tens razão. O nome do homem era Federico. Minha velha cabeça já me trai), estes dois últimos que emprestaram os nomes aos meus filhos.
Mas também falamos de religião, ou melhor de crenças religiosas, como não poderia deixar de ser, não fosse esta uma conversa entre seres humanos. E eu lhe contei como a minha religiosidade se manifesta.
Contei-lhe que tenho um ritual sincrético que pratico a cada vez que me ponho em viagem (e quem me conhece sabe que isto ocorre com muita frequência!). Antes de por o meu pé em qualquer estrada eu recito uma oração, por vezes silenciosamente, mas por outras em alto e bom som. Canto os versos de uma prece genérica que descreve uma imagem clara daquilo que sei que acontecerá na volta da viagem, que naquele momento começo a fazer. É que aprendi, ao longo dos anos, e depois de muitas viagens, que alguma coisa sempre se modifica no homem que viaja. Mesmo que voltemos para o ponto de partida, nunca somos mais aquele que partiu. Trazemos carregados dentro de nós, no mínimo, mais alguma memória pictográfica que toda a viagem proporciona.
Mas ela, a viagem, sempre nos acrescenta mais que isto. Ela mostra-nos outras pessoas, outras ideias, outras formas de ver aquilo que antes só conseguíamos ver com os nossos olhos, mostra-nos outros sons e cheiros. Mostra-nos paisagens que se formam (e se transformam) infinitamente a partir de poucos elementos naturais, como a água, a terra e a própria vida, que se misturam criativa e infinitamente, como as 7 notas musicais, numa sinfonia de imagens e cores que, as mais belas, guardamos para sempre conosco.
Sabendo disso tudo, e de todas estas possibilidades, o jovem Ronaldo um dia colocou na boca do jovem Milton Nascimento as palavras de minha prece. Canto eu antes de cada viagem, e já há cerca de 35 anos:
“Eu já estou com o pé nessa estrada
Qualquer dia a gente se vê
Sei que nada será como antes, amanhã
Que notícias me dão dos amigos?
Que notícias me dão de você?
Alvoroço em meu coração
Amanhã ou depois de amanhã
Resistindo na boca da noite um gosto de sol
Num domingo qualquer, qualquer hora
Ventania em qualquer direção
Sei que nada será como antes amanhã
Que notícias me dão dos amigos?
Que notícias me dão de você?
Sei que nada será como está
Amanhã ou depois de amanhã
Resistindo na boca da noite um gosto de sol”
Pois é… Simples não é? Mas para mim, quando me ponho a viajar e a recolher mais informações sobre a vida, isso diz tudo o que preciso saber antes de ir. Diz-me que quando eu voltar nada será como antes. E isto me impele a ir de novo e mais uma vez, e mais outra vez e assim por diante, numa viagem que comecei em 1984, quando saí do Rio de Janeiro e fui para Curitiba. Daí para Portugal, onde termino a criação da prole antes de seguir viagem, mas que serve de base para curtas viagens para todos os lados na Europa, quase sempre de carro, para por o meu pé em estradas e mais estradas, até quando isto for possível, para ver ao vivo coisas como esta:
E conhecer pessoas, sabores e cheiros. Modificar-me enfim.
Obrigado Ronaldo, pela visita e pela composição de grande parte da trilha sonora de minha vida.
Apenas uma questão: onde fica a moral enquanto sonhamos?
Lembro-me que minha querida mãe, há muitos anos, me dizia que para se ter dinheiro era preciso, antes de mais nada, não gastar o que se tem. Principalmente se ele não é muito. Mas, por incrível que pareça, esta regra é normalmente mais seguida pelos que tem muito do que pelos que pouco tem.
A utilização do software livre pelos países do mundo é uma prática que confirma esta regra. Dos países do G7, ou seja os 7 países mais ricos do mundo, todos tem um grau de implantação do chamado Open Source Software no mais elevado grau de abrangência. Na Europa todos os países mais ricos estão entre os que mais se utilizam esta opção. França, Espanha, Alemanha, Inglaterra e Itália, todos tem um nível ótimo de implantação.
Esta informação foi retirada de um mapa organizado pela Red Hat que tem por objetivo traçar uma visão mundial da utilização do software Open Source.
Tristemente, e confesso que com alguma frustração, vejo que são os países mais pobres da Europa, e entre eles Portugal, que são os que tem menor implantação. Apesar de nosso esforço e de entidades como a ANSOL, o software livre ainda anda a engatinhar por aqui.
Daí cabe as perguntas: utilizam eles, os mais ricos, o software livre porque são ricos ou o são porque o utilizam? Será desta vez, com tantas preocupações com poupança que irão finalmente adoptar o software livre em larga escala em Portugal?
Tem alguma coisa absolutamente errada com protocolos assinados pelo Estado, seja ele qual for, com empresas privadas norte-americanas, sejam elas quais forem, visando a maior utilização de software proprietário por parte destes Estados. É preciso olhar com seriedade para as alternativas oferecidas pelo software livre antes de difundir nas salas de aula o software proprietário. Penso eu …
Parece que estamos na eminência de mais uma confusão perfeitamente evitável. Ao que tudo indica estamos a beira de uma guerra entre as Coreias que seria, neste momento, mais uma pedra no sapato da já débil economia mundial.
Com implicações inclusive no Mundial de Futebol, tal acontecimento proporcionaria mais desequilíbrio financeiro nos mercados de todo o mundo. Tudo o que não precisamos neste momento é de uma guerra destas dimensões, como o foi na década de 60 do século passado. Mas parece que é inevitável. Vamos ver…
Antes que qualquer coisa seja dita, gostaria de deixar uma pergunta: pode o Presidente da República tomar uma decisão que envolva a todos os portugueses baseado em suas crenças religiosas?
PS: Ainda bem que não.
E agora a Benfica TV vem anunciar que um adepto benfiquista morreu em Braga devido a um espancamento que sofreu durante os festejos da vitória do campeonato do Benfica em Braga. Parece-me que estão mesmo a tentar inflamar as coisas para o jogo de domingo.
Pode este tipo ter morrido por estar bêbado e ter passado a mão na bunda da mulher de um torcedor do Olhanense que mora em Braga e ter tomado umas pancadas dos irmãos pescadores do dito algarvio, todos primos da hipotética mulher, que a TV do Benfica anunciaria isto associando imediatamente como consequência de um ato de violência contra um torcedor do Benfica.
Acho que é preciso um pouco mais de responsabilidade na divulgação de um tipo de notícias desta que, em minha opinião, junto com a declaração de ontem, com a resposta do Porto, lançadas pela fonte que as lança, a direção do SLB, parecem-me única e exclusivamente divulgadas para incendiar os ânimos dos adeptos do Benfica afim de estragar uma eventual festa do Porto em Lisboa no próximo domingo, coisa que eles, torcedores do Benfica, não conseguiram fazer no Porto.
Será que o Marques de Pombal já foi “reservado” pela torcida do Porto para uma festa quase que inevitável? Isto cheira-me a frustração e o mais grave é que está a ser fomentado pelo próprio SLB.
Junto com as situações nos túneis dos jogos contra o Braga e Porto, parece-me que esta estratégia de inflamação do espírito animal dos homens é uma estratégia consciente dos direção do SLB. O Rui Costa deve ter trazido a ideia lá de Itália.
PS: Afinal de contas eu tinha razão. O tipo nem sequer morreu ao que parece. É mesmo estratégia de terrorismo do Benfica afim de não permitir que os portistas festejem em Lisboa a conquista de mais um título. Ridículo, nojento e vergonhoso!
Hoje foi lançada uma nota pelo Benfica apelando, a sua torcida certamente, que a final da taça de Portugal no estádio do Jamor, a ser jogada entre o Futebol Clube do Porto e o Desportivo de Chaves, “seja disputada sem qualquer tipo de condicionamentos”. Num mecanismo de prevenção do que eles imaginam como possíveis acontecimentos a serem lamentados a posteriori, devido a possíveis represálias de seus torcedores aos torcedores, equipa e demais portistas, eles se antecipam para tentar evitar alguma coisa. Mas também dão uma ideia a quem nem tinha pensado nisso.
Pois bem. Só o fato de lembrar disso, e isto se publicitar, já é o suficiente para compreender que o SLB acredita que o seu torcedor é fanático ao ponto de querer se vingar dos portistas que por Lisboa passe inadvertidamente. Hora destas vão lançar uma nota pedindo aos seus torcedores que não comecem agora a depredar as casas do FCP espalhadas pelo país, ou que não andem por aí a mandar pedras em todas as pessoas que se vistam de azul.
Lançarão uma nota pedindo que não sacrifiquem os filhotes de galinha que por ventura queiram ver o mar e que não tentem tacar fogo nas cidades portuguesas afim de ver o céu passar de azul a encarnado.
Ironias a parte, acho que não deveriam andar por aí a lembrar as pessoas o que podem fazer para acirrar os seus desejos de vingança. Acho que se acontecer alguma coisa deste tipo do Domingo em jogo ao qual pretendia ir assistir com minha família, parte da culpa será da direção do SLB por lembrar as pessoas de que eles vem aqui no Domingo, “que tal umas bolinhas de golfe no autocarro deles?”
Acho que deveriam era se preocupar em mandar notas aos seus jogadores pedindo para tentarem não partir as pernas dos jogadores dos clubes seus maiores adversários num determinado campeonato (como aconteceu com o Anderson do FCP ou o Mossoró do Braga), notas aos seguranças e demais funcionários dos clube para não criarem confusões nos tuneis em momento algum, para que as equipas adversárias não tivessem obrigatoriamente que deixá-los passar a frente para evitar confusões, o que carateriza a sua natureza fanática, desde a direção aos torcedores.
Podre! Me parece que de uma maneira marcante os benfiquistas são assim meio fanáticos.
Lembrei um dia num blogue de um benfiquista ao falar sobre aquele tumulto na final dos juniores com o Sporting, se não estou em erro, que no Maracanã, no Rio de Janeiro, mundialmente famoso pela violência urbana, as duas maiores torcidas, a do Vasco da Gama e a do Flamengo, por exemplo, entram e saem do estádio lado a lado, subindo e descendo uma rampa enorme que leva a parte alta do estádio, sem grandes policiamentos, e não andam a guerra por causa disso. Enquanto torcedores de futebol, são bem mais civilizados que os torcedores portuguese que tem que ser arrebanhados para entrarem nos estádios dos adversários, isolados lá dentro, e suprimidos da liberdade de ir e vir a saída. É mesmo assustador verificar a barbárie deste povo.